Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.

Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.
Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio. Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014)

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Traição

No Natal, há quem peça paz e saúde. Eu bem que dispenso a paz no mundo, e nem sequer me importo muito de apanhar uma constipação ou uma gripe. A única coisa que eu peço é que não magoem o meu Benfica. Pelos vistos, os meus pedidos têm-se revelado infrutíferos. Em primeiro lugar, Jorge Jesus morde a mão de quem lhe dá de comer, dando uma facada em todos os benfiquistas, quer se gostasse dele ou não. Mas, sinceramente, a transferência de Jesus para o lado maligno não me doeu assim tanto: causou-me estranheza, deixou-me atarantado, até porque via nele um Alex Ferguson da Amadora. Jorge tinha aquele ar de saloio, de mitra da Amadora, mas não era ele quem ia correr para dentro de campo, suar e dar a vida pelo Benfica, pelo meu Benfica, fazer cara de mau aos adversários e até dar umas mocadas em quem desrespeitasse algum jogador que tivesse o Manto Sagrado ao peito. Como esta:


Esse abutre dava pelo nome de Maximiliano Pereira. Se há coisa que sempre me surpreendeu em Maxi, um dos capitães do Benfica, era o facto de deixar tudo em campo: mesmo sendo uruguaio, tinha a atitude dentro de campo que eu, por exemplo teria. Se o vídeo em cima é prova da sua violência por vezes excessiva, é também demonstrativa do que eu faria se visse o anão nojento do Moutinho à minha frente (se não fizesse mais). Ele, por jogar de azul ou verde, ofendia o vermelho dos bons, e por isso merece estas mocadas e muito mais. 

Maxi, doeu-me profundamente o que nos fizeste. Eras um de nós (ou parecias), e nada fazia prever isto. O teu sangue era vermelho, os teus braços eram vermelhos, as tuas pernas eram vermelhas, e até a tua verruga era vermelha. A par de Luisão, num estilo mais discreto, eras o jogador mais à Benfica em campo. Davas tudo, até parecia que davas a vida pelo Glorioso, como eu faria. Porquê Maxi? Por mais 500 mil euros, é isso? Vendes-te por pouco, eu que te julgava incorruptível! Tu, que disseste até que todos os títulos do Porco estavam marcados com o selo da corrupção? Além de mercenário, és então hipócrita! E não digas que tens o direito de fazer o que quiseres, porque não tens! Eras capitão do Benfica, e foste-o muitas vezes. Eras um ídolo, e tinhas, portanto, não o direito mas o DEVER de não nos desiludires! 

Maxi, vê se entendes: tu não és um grande jogador. Nunca foste. Mas nunca te poderiam acusar de não dares tudo pelo símbolo que levavas ao peito. Ficarias na história do Maior Clube do Mundo. Pensa só: em 111 anos de gloriosa História, os adeptos só concederam esse direito a uns poucos que ou se destacavam pela sua qualidade ou que deram tudo por nós e nunca nos traíram. Aliás, a História do Futebol, por norma, consagra os leais, os honestos, os bons: Pelé e o Santos, Maradona e o Nápoles, Cruyff e o Ajax, Di Stéfano e o Real Madrid, Messi e o Barcelona, Eusébio e o Benfica, Xavi e o Barcelona. Até Gerrard, que nunca ganhou nenhuma BPL será para sempre recordado como um dos grandes de Inglaterra. Agora, Maxi, serás considerado um jogador banal por aqueles que sempre te chamaram sarrafeiro, e perderás o teu lugar na nossa História.

Adeus Maxi. Em Maio, ver-me-ás no Marquês. Porque este Benfica provar-te-á que por muitas facadas que lhe dêem, levanta-se sempre mais forte, maior, mais Benfica. 

Aos benfiquistas, o meu último apelo: não desesperem. Sejam Benfica. Porque, como já se provou tantas vezes, essa é a nossa maior arma.

VIVA O BENFICA!