Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.

Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.
Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio. Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014)

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Triplete

Maravilhoso! A única palavra para descrever esta época, e mais especificamente o seu final. Depois da derrota na final da Liga Europa, a equipa mostrou que, ao contrário da época contrária, se sabe levantar das cinzas. Alcançaram um feito inédito, isto é, vencer as três competições nacionais pela primeira vez na história de Portugal. Memorável? Absolutamente.


Com a equipa de volta à máxima força, o Benfica mostrou que estava ferido, mas vinha para ganhar. Entrou muito pressionante e a primeira parte teve como sentido único a baliza do Rio Ave. Mesmo sem rematar muito, o golo parecia cada vez mais iminente. E foi aí que apareceu o Nico. Pouco depois dos quinze minutos, o Gaitan dominou a bola com o esquerdo, puxou para o direito, e com um pontapé fenomenal atirou ao ângulo direito da baliza. Logo a seguir, podíamos ter ampliado, mas o Garay permitiu uma grande defesa ao guarda-redes adversário. Até ao fim, menos oportunidades, mas o mesmo domínio.


Cinquenta e sete jogos são muitos jogos. Pesam nas pernas. E isso notou-se e bem na segunda parte. O Maior entrou cansado e os vila-condenses acordaram e aproveitaram-se disso. Aos sessenta e três minutos atiraram ao poste e, pouco depois, obrigaram o Oblak a fazer uma grande defesa. No canto consequente atiraram muito perto. Mas como quem não tem pernas vai buscar umas novas ao fundo da alma, o Campeão aguentou. E a partir de certo ponto limitou-se a aguentar. E conseguiu-o até ao fim. Estava conquistada a 25ª Taça de Portugal.


Os destaques do jogo vão para o Oblak, pela concentração e as boas defesas, e para o Gaitan. Porque ninguém paga para ver os Bruno Alves deste mundo. Paga-se para ver os Nicos. E ele faz sempre questão de nos lembrar disso. E ontem, com um grande golo, até decidiu a final.


Que época memorável! Tal como uma fénix, e a voar tão alto como uma águia, o Benfica deixou para trás os fantasmas de Maio de 2013 e a poucos e poucos atreveu-se a ser feliz. E resultou. O sucesso europeu ficou às portas? É verdade. Mas mesmo assim cá dentro comemos tudo e não deixámos nada. À Benfica! 

Benfica 1-0 Rio Ave




sexta-feira, 9 de maio de 2014

Grandes

E a primeira já cá canta. Foi com uma vitória meritória e com um jogo muito superior ao seu opositor vila-condense que o Benfica conseguiu vencer a quinta Taça da Liga em sete edições e ganhar um novo fôlego para as próximas duas finais.


Contudo, apesar da nossa superioridade, o Rio Ave começou por mostrar-se um adversário bastante incómodo. Apesar de estarmos a jogar na máxima força, o nosso oponente entrou muito bem, e não fosse uma gigantesca defesa do Oblak, até poderíamos ter sofrido um golo com apenas cinco minutos jogados. No entanto, a pouco e pouco o Benfica foi mostrando porque estava em todas as finais possíveis e porque era o campeão em título, e foi assumindo o controlo do jogo. A cinco minutos do final do primeiro tempo, numa belíssima jogada de entrosamento colectivo, o Rodrigo permitiu uma grande defesa ao guardião vila-condense Ventura. Na sequência desse canto, o Rúben desviou de cabeça à entrada da área e a bola caiu nos pés do Rodrigo, que não perdoou.


A segunda parte foi uma continuação do domínio final da primeira, mas neste tempo as oportunidades sucederam-se, com o Ventura a fazer uma grande exibição. Talvez a oportunidade mais flagrante tenha sido quando o Maxi roubou a bola ao meio-campo, serviu o Gaitan, que isolado, chutou com mais força que com jeito e permitiu mais uma defesa ao guarda-redes. Assim, não foi de espantar que o Enorme tenha dilatado a vantagem. A doze minutos do fim, o Benfica ganhou um livre cobrado para a área, onde apareceu o capitão Luisão, gigante como sempre, a saltar mais alto que tudo e todos, incluindo o próprio Ventura, e cabeceou para golo. Ainda houve tempo para mais um, mas o Lima não conseguiu dar a correcta direcção à bola após grande trabalho do Rodrigo. Estava entregue o caneco, e para finalizar foi bonito ver o Sílvio levantar a taça, antes da volta olímpica.


Na minha opinião, a exibição foi tão sólida que não houve um destaque individual de renome. Podemos dizer que o Garay e o Luisão foram novamente uma dupla de centrais irrepreensível e o Enzo fez uma segunda parte à Enzo. O Rodrigo também esteve a alto nível, e mostra que será muito mau se se for embora.

Esta taça ainda que muitos a desprezem, é uma taça que vale tanto como as outras em termos estatísticos. Além disso, é a nossa taça, como o provam as cinco vitórias em sete possíveis. Porém, ganhava uma importância maior porque serve de embalo para as próximas finais, dando uma confiança acrescida à equipa. Agora, resta-nos gerir no Dragão e esperar pelo Dia D, 14 de Maio, em Turim.

Benfica 2-0 Rio Ave
Rodrigo
Luisão 





sexta-feira, 2 de maio de 2014

Bravíssimos

Oblak, Maxi, Luisão, Garay, Siqueira, Ruben, Enzo, Gaitan, Markovic, Lima, Rodrigo, Suljemani, Salvio e André Almeida. Decorem estes nomes. Repitam-nos bem alto. Acrescentem no final desses catorze o nome Benfica. Foram estes os catorze bravos que ontem, mesmo a jogar meia hora com dez e oito minutos com nove, conseguiram levar bem alto a águia que envergam ao peito. Foi um empate com sabor a vitória arrancado a ferros. Foi, simplesmente, Benfica.


E foi com aqueles primeiros onze homens que o Benfica iniciou o jogo de ontem. E até começou bastante bem. Logo aos dois minutos, o Rodrigo, na sequência de um lançamento lateral, atirou com perigo, mas a bola embateu no corpo de Martin Cáceres. Aliás, ao contrário daquilo que se esperava, o Benfica entrou muito bem no jogo, sempre a pressionar em cima dos italianos. Contudo, a poucos e poucos, a Juventus foi crescendo e, como seria de esperar, assumiu as rédeas do jogo, mesmo sem criar muito perigo. As melhores oportunidades foram um remate sobre a baliza do Vidal e o momento do jogo: já a terminar, o Vidal cabeceia dentro de área, com o Oblak batido, mas eis que aparece o comandante daqueles bravos, o nosso capitão, Luisão, a cortar em cima da linha. Fazia falta o intervalo ao Benfica.


A segunda parte começou como a primeira, com o Glorioso a pressionar algo mais, e só não chegou ao golo porque o Rodrigo, sozinho na área, atirou por cima da baliza de Buffon. Mas, quando o jogo parecia ter estabilizado num equilíbrio, aparece o árbitro do encontro para tomar o protagonismo, e de maneira exageradíssima, consegue expulsar o signore Enzo em cinco minutos. Como era possível que o que mais merecia a final, o que mais luta, o que mais dá à equipa, perder a final? Não era justo, e a equipa apercebeu-se disso. Jesus tirou o Lima e fez entrar o Almeida, a equipa arregaçou as mangas, cerrou os punhos, beijou a grande águia do seu símbolo e seguiu em frente. Havia uma meia-final para ganhar, com ou sem Enzo. E como defender bem também é uma arte, o Glorioso decidiu virar Picasso. E defendeu a sua preciosa vantagem até ao fim. Pelo meio, entrou o Suljemani pelo Markovic e o Salvio pelo Gaitan. E, apesar de me ter parado o coração num golo bem anulado à Juventus, o Benfica não permitiu nada. E mesmo quando o árbitro expulsou mal o Markovic, já no banco, percebia-se que este Benfica não ia morrer ali. E mesmo quando o Garay saiu mais cedo devido a um corte no lábio e ficámos a jogar com nove, percebia-se que ontem não havia mesmo quem parasse o Benfica. E quando o inglês apitou para o fim, foi lindo de se ver. Foi uma explosão de alegria enorme. Foi o libertar das correntes do passado. Foi o reencontro connosco próprios. Foi, numa palavra, Benfica! O Glorioso, o Maior, o Enorme Sport Lisboa e Benfica.


Foi uma exibição colectiva linda, de valor. Foi uma exibição de onze homens, que passaram a catorze, que, sinceramente, me levariam a morrer com eles. No entanto, há que destacar a defesa como um todo, e principalmente dois: Oblak, porque é frio, é seguro, e ontem foi um guarda-redes enorme e um enorme guarda-redes; e como não podia deixar de ser, o gigante Luisão, que ontem, fez de tudo. Comandou-nos, fez o corte do jogo, e, no fim, foi ele que, com muito orgulho, com muito amor, foi mostrar a todo o Juventus Estadium o símbolo do Maior. O símbolo do Benfica. Que ele também passou a ser. Este jogo, por tudo o que foi feito, por todas as dificuldades, entra directamente para a centenária história do Sport Lisboa e Benfica. É daquelas coisas para contar aos netinhos, daquelas vitórias que não se esquecem.


Apesar da vitória, acabámos a perder três jogadores nucleares para a final. Contudo, quem quer que jogue, mesmo que seja o "Manel", há de saber honrar a camisola que têm no corpo. E, desta vez, contra os espanhóis do Sevilla, é para devolver o Benfica à rota da Europa. Principalmente, porque vocês merecem tudo. Porque vocês, jogadores, com a nossa ajuda, são uma equipa de raça, querer e ambição. Têm aquela fome de vitórias tão característica do Glorioso. E, principalmente, são um grupo tão unido, são todos tão maravilhosos que, se fosse preciso, iríamos convosco até aos confins do Inferno, só para vos ajudar a subir. Porque foi precisamente isso que aconteceu entre Maio de 2013 e o mesmo mês de 2014. Obrigado Oblak. Obrigado Maxi. Obrigado Luisão. Obrigado Garay. Obrigado Siqueira. Obrigado Ruben. Obrigado Enzo. Obrigado Gaitan. Obrigado Marko. Obrigado Lima. Obrigado Rodrigo. Obrigado Suljemani. Obrigado Salvio. Obrigado André. Obrigado Benfica!

Juventus 0-0 Benfica (ag 1-2)