Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.

Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.
Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio. Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014)

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Enzo



Tão e simplesmente Enzo. Já tinha começado a escrever este texto há coisa de uma semana. Era fácil de prever que o Enzo ia sair: primeiro, não tem o aliciante de jogar na Europa; segundo, o Benfica está necessitado de dinheiro, entre outras (imensas) razões, por não estar em nenhuma competição europeia. Previsível, pois.

Contudo, não me conformo. Se há aquele jogador que é mais técnico, outro que é mais destrutivo, outro que é mais veloz ou ainda outro que defende como ninguém, há ainda uma nova categoria: o Enzo. O Enzo é um novo tipo de jogador que faz de tudo, parecendo que tem baterias infinitas. Enzo foi, para mim, durante estes dois anos e meio, o melhor jogador do mundo. Enzo merece tudo: pegar na bola, fintar uns quantos, fintar o guarda-redes, e gritar golo, enquanto todos nós, benfiquistas, o elevamos até à eternidade.

Além de tudo isto, Enzo tinha mais um acréscimo: se Luisão é o capitão e Maxi o jogador à Benfica, Enzo tem uma nova particularidade: faz-nos acreditar que ele é um de nós, um daqueles que vibra, canta, ri, chora, e que desde pequenino sonha em fazer a Luz vibrar de Manto Sagrado vestido. E o mais curioso, é que Enzo, não sendo um de nós, tornou-se um de nós, e fez tudo isto, vibrou, cantou, riu, chorou e, no meio disto tudo, ainda festejou um golo aos tripeiros com um invasor de campo.

Enzo, partiste, mas ficarás para sempre nos nossos corações. Um enorme OBRIGADO, e vê se num dia qualquer de vermelheiro, qual Dom Sebastião, voltas, para continuarmos, nós e tu, a ganhar tudo o que há para ganhar.


sábado, 27 de dezembro de 2014

Balanço do ano

Campeonato Nacional: Missão cumprida. O final de 2013 foi desastroso. O Porco venceu-nos no último minuto e a equipa parecia arrastar-se durante os primeiros meses da época 2013/2014. Contudo, a equipa soube reerguer-se e a partir de Janeiro de 2014, já com Oblak na baliza, o Benfica recuperou. Uma semana depois da morte do nosso Rei Eusébio, recebemos os tripeiros e metemo-los no bolso com uma grande exibição e vitória por 2-0. Três semanas depois, foi a vez dos lagartos e o mesmo resultado: 2-0. Até ao final da época foi um festival de uma grande equipa, que culminou na conquista do Campeonato, com sete pontos de avanço do Sporting e catorze (?) do Porco. Felicidade.

Taça de Portugal: Missão cumprida. Finalmente, dez anos depois, reconquistámos uma taça que devia ser sempre nossa. E que maneira de conquistá-lá! Recebemos os lagartos e metemo-los de fora com uma épica vitória por 4-3 e um hat-trick do nosso amado Tacuara. Depois nas meias-finais, com menos um, numa das vitórias mais épicas e bonitas que já vi, eliminámos os tripas com um 3-1. Na final, contra o Rio Ave, e apesar do nosso cansaço, arrecadámos mais um caneco para o Museu, com uma vitória por 1-0! Alívio.

Liga dos Campeões: Estranha campanha! Fizemos dez pontos, mas mesmo assim fomos eliminados. Contra o PSG fizemos três pontos e contra o Anderlecht ganhámos os dois jogos. Até aqui, tudo bem. Porém, uma péssima exibição na Luz levou-nos ao empate com o Olympiakos (1-1) e uma grande exibição do Roberto na Grécia encavou-nos (0-1). Desilusão. 

Liga Europa: No creo en brujas, pero que las hay, hay! Foi este ditado futebolístico que ficou no meu pensamento após mais uma derrota numa final, desta feita com o Sevilha. Antes, já houvera uma caminhada fácil até às meias-finais, contra adversários como o PAOK e o AZ Alkmaar. Chegados às meias, calhou-nos a tarefa de eliminar a anfitriã Juventus. Com um brilhante jogo cá e consequente vitória 2-1, e outro lá que passou a pertencer ao reino da epicidade (empate 0-0), chegámos à final. Nesse jogo, tivemos três suspensos (Enzo, Markovic e Salvio). A nossa derrota começou nesse roubo e acabou noutro: a garotice do Beto, na altura dos penaltis. Orgulho-seguido-de- frustração-seguido-de-raiva-seguido-de-orgulho-novamente-mas-chega-de-orgulho-eu-quero-é-ganhar!

Taça da Liga: Missão cumprida. Mais uma Taça da Liga para o Museu. Na fase de grupos, nada de especial. Nas meias-finais, vitória nos penaltis com os tripeiros lá, mais uma vez com menos um! Lindo! Na final, vitória indiscutível por 2-0 contra o Rio Ave. Tranquilidade. 

Supertaça: Competição de um só jogo que ganhámos apenas pela quinta vez. Massacre incompleto ao Rio Ave com quarenta remates e zero golos levou-nos para os penaltis. Aí, a besta Artur passou a bestial. Contentamento.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Mágico

Ontem a noite só podia se nossa. O Dragão costuma ser um terreno amaldiçoado para o Benfica. Ontem, porém, tudo nos correu bem: máxima eficácia, muito bem a defender e até a sorte do jogo, que tantas vezes nos costuma ser maldita, esteve do nosso lado. Finalmente, fez-se Luz no Antro.


Surpreendentemente, o Jesus optou por pôr o Lima em campo em detrimento do Jonas. Se foi por mero palpite ou por outra razão qualquer, pouco interessa. O que é certo é que essa aposta daria valiosos frutos, mas já lá irei. O jogo, deve-se dizer, começou mal para o Benfica. O André Almeida levou amarelo logo aos dois minutos e os nossos jogadores pareciam algo atarantados, como que a tentar perceber como parar todo aquela potência atacante. Com ou sem sorte, o Benfica resistiu até aos vinte minutos, e a partir daí o Porco começou a descer de rendimento. Aos poucos íamos mostrando capacidade de atacar, mas o momento mais perigoso do Porco até ocorreu nessa fase: aos trinta minutos, o Jackson, no coração da área, chutou e obrigou o Júlio César a fazer uma grande defesa. E acabou aí o Porto na primeira parte. Aos trinta e cinco minutos, o primeiro momento duma noite linda. Lançamento lateral perto da área adversária e à boa moda da era Jesus, o Maxi (grande marcação ao Brahimi!) lançou para o meio da área. A bola bate uma primeira vez no chão e, à matador, aparece nem mais nem menos que a surpresa Lima a dar um primeiro tiro nos tripas com um golo marcado com a anca! O Dragão calou-se com a explosão de alegria dos nossos leais adeptos. 


A segunda parte não podia ter começado melhor. O Porto estava totalmente anulado e quem ia aproveitando era o Benfica. E eis que, dez minutos volvidos do segundo tempo, o Benfica dá uma última estocada. Boa jogada do Gaítan, que perto da área entrega no Talisca. Este disfere um potente remate para defesa incompleta do Fabiano e, mais uma vez, qual caçador de dragões, aparece o Lima a bisar na partida e abater de vez os tripeiros. Nos minutos que se seguiram, o Glorioso manteve o controlo do jogo e aos sessenta e sete minutos o Lima podia ter feito o hat-trick, não fosse um corte in extremis do Alex Sandro. Tudo parecia correr de feição quando, a quinze minutos do final, o Luisão se lesionou. O César teve de entrar e na jogada imediatamente a seguir, o Jackson cabeceou à barra. Cinco minutos depois, num dos poucos erros do André Almeida durante o jogo, a mesma cena. E, depois disso, nada mais. E assim se fez história no antro corrupto.


Como maior destaque, tenho de escolher o Lima. Pouco fez durante o jogo, mas os golos definem um ponta de lança, e foi precisamente que ele fez ontem, no jogo mais importante desta época. Destaco também o Júlio César pela confiança que transmite à equipa, o Enzo, por ser o discreto fiel de toda a balança e o Gaítan, pela rebeldia, classe e irreverência. Aproveito também para desejar a todos os adeptos tripeiros um feliz Natal, da parte deste vosso amigo.

Ficámos sem a Europa, mas temos seis pontos de avanço dos corruptos e dez dos lagartos. Com alguma rodagem durante a época, diria que estamos muito bem encaminhados para o bi-campeonato. Contudo, pés bem assentes no chão, que qualquer distração poderá ser fatal.

Porco 0-2 Benfica
Lima (2)