O Jesus assumiu desde cedo ao que vinha: se pudesse ganhar, muito bem - contudo, o empate mantinha o Benfica com forte avanço na luta pelo 34, e deixava os lagartos fora da carroça. Por isso, optou por tirar o Talisca e pôr o André Almeida ao meio-campo, além das já forçadas alterações do Nico e do Júlio César pelo Ola John e pelo Artur. O jogo começou muito equilibrado, mesmo com poucas oportunidades de golo. O Ola estava a jogar bastante mal e o Eliseu encontrava-se longe do desejável, pelo que a nossa ala esquerda foi praticamente inexistente. O Salvio sofreu uma marcação apertada e também pouco vez do ponto de vista ofensivo. À passagem da meia-hora, o Benfica começou a falhar muitos passes fáceis, não conseguindo sair com a bola jogável. Assim, o Zbording teve um pequeno ascendente, mas que não se verificou nas oportunidades de golo: zero para cada lado no final dos quarenta e cinco minutos.
A segunda parte começou como a anterior acabou, e muito pouco foi acontecendo. As equipas estavam encaixadas uma na outra apesar dos visitados (será este o seu nome correcto) jogarem mais no nosso meio-campo. Com o tempo e com os cartões (sempre para o mesmo lado, o que também é curioso), o Glorioso foi-se encostando mais atrás, resguardando-se, sabendo que o empate lhe serviria. Os lagartos, que só por acaso precisavam de ganhar, esmagaram (dizem eles, pelo menos) criando umas espectaculares... aliás, espectacular oportunidade de golo, num bom cabeceamento do Carrilo para excelente defesa do Artur. Do lado do Benfica, muito pouco se quis fazer, pelo que apenas destaco um bom passe do Samaris para o Jonas que, isolado, fez um mau passe para o Lima, perdendo-se assim uma excelente oportunidade de marcar. O jogo aproximava-se do fim e era claro que só com um erro de uma das equipas o jogo seria desbloqueado. E foi isso mesmo que aconteceu: o Samaris, que até aí estava a fazer uma exibição imaculada, fez um mau passe para trás, lançando o contra-ataque do João Mário; este rematou já dentro de área, para grande defesa do Artur, mas que nada pôde fazer perante a recarga do Jefferson, aos oitenta e seis minutos.
E aí começou o show da arrogância: os olés a cada dois passes seguidos que faziam, os cânticos anti-Benfica (aliás, os seus únicos cânticos, daí que lagarto seja igual a anti-Benfica), o facto de nos terem passado jogo todo a chamar "Visitante", algo que fizeram questão de gritar no seu golo, etc, etc, etc. Esqueceram-se, porém, que do outro lado estava, não uns quaisquer viscondes, mas o BENFICA: isso mesmo, o Maior, Glorioso, Benfica, o clube de todos e para todos; a raça, o querer e a ambição. E por isso chegámos ao empate e atirámos-los para fora da carroça. Na última jogada do jogo, o Maxi lançou, a bola foi enviada de volta para o meio-campo e o Pizzi atirou-a de volta para a área lagarta. Aí, perante a subida da defesa adversária, o Jonas apareceu sem marcação. Num frente-a-frente com dois defesas, a bola foi para o meio da confusão e aí apareceu Jardel, o homem que jogou com o polegar virado, o homem que já jogou de cabeça aberta, a coragem em pessoa, a fuzilar o Rui Patrício. Estava reposto o empate no último suspiro. Eu já vos digo onde é que metem o visitante.
O melhor em campo foi a meu ver o Jardel, porque conseguiu juntar uma exibição defensiva bastante boa ao golo que nos deu o empate. Jardel é a prova-viva que com 0,1% de talento e 99,9% de suor, muita coisa se pode conseguir. Destaco ainda o grande capitão Luisão, que fez mais um jogo ao seu nível, e o Samaris que, apesar de ter oferecido o golo, fez uma boa exibição, e mostra que tem vindo a crescer de jogo para jogo.
O campeonato, que esteve a tremer durante sete minutos, continua na nossa mão. Conseguimos também, com este empate, eliminar um adversário na luta pelo título.
Sporting 1-1 Benfica
Jardel
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