Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.

Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.
Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio. Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014)

domingo, 10 de abril de 2016

Alma

Mais uma vez, o Benfica voltou a fazer uma exibição algo pobre fora da sua casa. Mais uma vez, teve de enfrentar uma equipa quase a descer e que jogou em bloco muito baixo. Contudo, empurrado pela crença de 25000 adeptos em loucura e com um coração do tamanho do mundo, conseguiu vencer mais uma final. Já só faltam cinco.


O nosso mister Rui mostrou mais uma vez ao que vinha: poupanças foram quase inexistentes. Apenas houve uma troca em relação ao jogo de Munique: o Fejsa, jogador de cristal, saíu do onze, dando o seu lugar ao Samaris. Desde cedo se percebeu o que seria a partida: a Académica tinha o seu homem mais avançado atrás do meio-campo e o Benfica estava cheio de dificuldades para circular a bola. E para complicar a nossa tarefa, aos dezanove minutos, a Académica aproveitou um corte defeituoso do Eliseu para abrir o marcador. Aí, o jogo tornou-se de facto impossível. Os estudantes jogavam que era uma vergonha: só se via tipos de preto no chão de cinco em cinco minutos. Penso que este deve ter sido um dos jogos com menos tempo útil que já vi. Deste modo, eles foram quebrando o ritmo de jogo e só a partir da meia hora o Glorioso se encontrou. Começou a jogar mais depressa e com mais largura. Começou por falhar um golo de cabeça pelo Mitroglou mas, pouco depois, o mesmo grego viria a empatar a contenda: cruzamento largo do Pizzi na direita do ataque para o cabeceamento colocadíssimo de Mitroglou. O Estádio de Coimbra foi abaixo e o Benfica, galvanizado pelo golo, teve duas grandes chances para a reviravolta: primeiro, a concluir uma brilhante jogada, o Pizzi fintou o guarda-redes e tropeçou na bola; depois, o Jardel, sozinho, falhou por completo o alvo. Saímos para intervalo empatados, mas com esperanças num bom resultado.

Imagem roubada ao Ontem vi-te no Estádio da Luz
Ao contrário do que seria de esperar, o Enorme entrou muito pior para a segunda parte. Voltou a jogar mais lento e pelo meio como no início do jogo. A Académica começou a perder ainda mais tempo (será que tiveram de ir para o hospital no final do jogo?) e abdicou por completo de atacar. Mesmo sem jogar muito, continuámos a falhar golos: primeiro, na sequência de um livre do Nico, o guarda-redes fez uma brilhante defesa. Depois, aos sessenta e cinco minutos, repetiu a dose, desta vez a defender uma cabeceamento do Jonas. O tempo ia passando e o Vitória ia cometendo mais riscos. Tirou o Samaris para pôr o Talisca, tirou o Pizzi para colocar o Carcela e substituiu o Eliseu pelo Raul Jimenez. Assim, começámos a cruzar mais, a carregar mais até que, a cinco minutos do final, deu-se o momento mágico: o André Almeida cruzou para a área e o Jimenez recebeu maravilhosamente e encheu o pé com todo o nosso crer, raça e ambição para dar a reviravolta. O Cidade de Coimbra explodiu. Foi uma festa imensa e até final não mais se jogou pois o Benfica fez com que a Académica provasse do remédio que usou durante todo o jogo. Talvez gostem de ir perder tempo para a segunda.


Não vou destacar nenhum homem do jogo. No geral, estiveram todos uns furos abaixo do costume. Contudo, há que elogiar toda a equipa pela crença que teve, pelo crer imenso. Mais uma vez, suou tudo que havia para suar e acreditou até ao fim. Menção honrosa para o Renato, que foi de novo omnipresente e simbolizou a luta dos nossos jogadores.

Bem, já só faltam cinco (ou ainda faltam cinco). Por muito que venham pressões de fora, por muito que estas pequenas equipas se esfalfem contra nós, a alma deste grupo parece ser tão grande que ultrapassa todos os obstáculos. E rapazes, quarta é para carimbar o bilhete para as meias.

Académica 1-2 Benfica
Mitroglou 
Jimenez

sexta-feira, 11 de março de 2016

À Benfica

Sensacional. Não tenho muitas palavras para descrever o que me vem na cabeça nesta semana. Percebo que pela primeira vez começo a ver o que é aquele Benfica de que fala a geração anterior à minha: jogadores velhos e novos, um grupo de trabalho muito unido e que está em comunhão total com os seus adeptos. Um Benfica que é uma família, que luta até ao fim, que acredita fazendo-nos acreditar, que ultrapassa o facto de não ter três centrais, de ter muitos jogadores importantes lesionados durante grande parte da época. Há muitas coisas que poderia dizer sobre este jogo europeu e sobre o outro com os lagartos, mas a única frase que me vem à cabeça, a única que faz sentido para explicar tudo isto é: "Amo-te, meu Benfica".

Zenit-Benfica (Lusa)

Como já disse, o Benfica entrou em campo com apenas um central de origem: Iceman Lindelof. Ao seu lado alinhou Samaris e à frente da defesa Fejsa. De resto, não houve grandes surpresas: Ederson manteve-se na baliza, Semedo substituiu o André e o Pizzi continuou a jogar à direita. A primeira parte foi relativamente tranquila. Diria mesmo que foi o Benfica que esteve superior. Teve a primeira oportunidade do jogo num livre bem marcado pelo Jonas. O Zenit respondeu num perigoso remate cruzado do Dyzuba mas o Glorioso cedo respondeu com um remate perigosíssimo ao lado do poste do miúdo Renato. No final da primeira parte os russos voltaram a ameaçar mas uma saída atenta do Ederson evitou males maiores. Saímos assim para o intervalo tranquilos sem nunca ter passado por um sufoco e até perto de matar a eliminatória.


Na segunda parte o jogo mudou. Eles não tiveram assim tantas oportunidades mas começaram a pressionar muito mais. Por duas vezes apareceram sós frente ao Ederson mas falharam. O Benfica até teve uma boa oportunidade que o Jonas não aproveitou mas seriam mesmo os russos a marcar. A jogada começou numa falta clara do Zhirkov sobre o Semedo. Contudo, o árbitro não marcou (uma das muitas vezes em que não o fez) e aquele acabou por chegar à área isolado para cruzar para o golo de Hulk, que empatou a eliminatória. Quando tudo parecia jogar contra nós, os nossos heróis ergueram-se. Levantaram a cabeça, seguiram em frente determinados e podia jurar que à volta de cada um deles vi uma espécie de aura, uma Mística que parecia algo apagada há algum tempo. E há que fazer uma pausa para dizer o que houve naquele momento.

Houve Benfica.

É verdade, provou-se que o facto de ser Benfica mais uma vez pode resolver jogos. Logo após o golo, o Enorme foi para cima do Zenit. Ainda não havia passado cinco minutos do golo e já o Lindelof obrigava o Lodygin a uma grande defesa. É certo que o Zenit ameaçou numa jogada individual do Dyzuba, mas mais uma vez o Ederson resolveu a situação de maneira competentíssima. E foi assim que, a cinco minutos do fim, quando já o Zenit jogava para o prolongamento, que se deu o momento chave, o momento que matou a eliminatória. O Jimenez recebeu a bola a uns bons trinta e cinco metros da área, recebeu-a com o joelho, deixou-a bater no chão e, de maneira imprevisível, rematou de forma estrondosa. Poderia ter sido um golaço, mas o guarda-redes russo voou e fez uma defesa impressionante contra a barra. A bola ressaltou para a frente e apareceu a correr, vindo de trás, o capitão, o mestre Nico Gaítan a fazer o golo de cabeça. Festa total no relvado. Jogadores, Rui Vitória, todos a soltar um grito de revolta, um grito de festa, pois estava encontrado o vencedor da eliminatória. Porém, no Benfica joga-se sempre para ganhar e os jogadores sabiam disso. Assim, na última jogada, o Nico recuperou a bola deu no Talisca que tirou um da frente com um toque subtil e rematou rasteiro para o dois-a-um. Brilhante.

 Zenit-Benfica

Foi uma excelente exibição de toda a equipa que soube fazer das fraquezas forças para assegurar a passagem e ainda garantir a vitória. Contudo, há que destacar dois jogadores: o Fejsa e o Samaris. O primeiro fez um jogo estupendo (talvez a sua melhor exibição com o manto sagrado), estando em todo o lado a recuperar bolas. Um polvo. O segundo fez um jogo brilhante a central, um jogo de esforço, dedicação e sacrifício cumprido com mestria um papel que nunca é seu e acabando mesmo incluído na equipa da semana da Champions. Porém, não deixo de destacar ainda o Lindelof, o Renato ou o Gaítan, que fizeram sólidas exibições também.

Mais uma vez, o Benfica deu uma lição a todos. Uma lição de humildade, de força, de raça, à Benfica. Mostrou que é nas adversidades que o nosso clube voa alto como a águia que carrega o peito. Para mim, volta a ficar a sensação que cada um daqueles que luta por nós está feliz, que é cada vez mais parecido com um adepto e que deixaria tudo em campo pelo nosso lema, E Pluribus Unum. Tenho de pedir desculpa ao Rui, pois não acreditei nele. Dou a mão à palmatória: apesar de talvez não ser o melhor treinador, conseguiu unir esta equipa, transformá-la numa família em que cada um estaria disposto a dar a vida pelo outro, e no meio disto tudo ainda fazer dessa família um grupo vencedor. Apesar dos poucos recursos que lhe deram, soube aproveitá-los melhor que ninguém e, que se saiba, nem Renato, nem Ederson nem Lindelof tiveram de nascer três vezes. E isto tudo sem cérebro. Lá vai o nosso Ferrari a alta velocidade, a desaparecer no horizonte. E agora pés bem assentes no chão. Temos a primeira das nossas nove finais Segunda-feira e há que encará-la como encarámos os últimos dois jogos.

Termino apenas agradecendo: obrigado Rui, obrigado equipa, por terem despertado em nós aquela Mística, aquele Benfica Gigante, Enorme, Europeu, Vencedor, aquele Benfica de solidariedade, de luta, de família que já há muito não víamos.

Amo-te, meu Sport Lisboa e Benfica.

Zenit 1-2 Benfica
Nico
Talisca


sábado, 16 de janeiro de 2016

Jonas, ou como as coisas mais importantes da vida se podem encontrar num campo de futebol

A poesia é oferecida a cada pessoa só uma vez e o efeito da negação é irreversível, in "Contos Exemplares, de Sophia de Mello Breyner Andresen


Antes de mais, peço desculpa pela minha demorada ausência. Entre incidências várias, junta-se ainda a falta de coisas para contar. Esta temporada não tem sido particularmente entusiasmante em termos de futebol e isso retrai um pouco a actividade de escrever. Contudo, há pessoas pelas quais vale a pena ir dando uns toques na escrita.

Não há muito tempo folheava por acaso os "Contos Exemplares" de Sophia de Mello Breyner e deparei-me com a frase que dá o mote a este texto. É uma frase que pessoalmente me diz muito. Tal como dizia o professor Keating no "Clube dos Poetas Mortos", a Matemática, a Ciência, a Medicina, tudo isso é muito bonito, mas a Arte, a Literatura, a Poesia, o Amor... é por essas coisas que vivemos e morremos. Parece-me um bom ideal de vida e isso reflecte-se na minha visão do futebol.

Após a nossa vitória em Braga, em que Mitroglou jogou a titular, ouvi um conjunto de pessoas a dizer que o Jonas não podia ser titular do Benfica. Jonas não era, de acordo com esse certo conjunto de pessoas, o avançado ideal do maior clube do mundo, já que não era alto, forte, possante, etc. Marcava "alguns golos", mas não era bom jogar fora com ele em campo. Tempos mais tarde, quando jogámos em Setúbal e vencemos de novo, lembro-me que o Jonas, além de marcar, fez um passe brilhante para o nosso avançado grego marcar. E sorri. De alívio, porque fora golo do Benfica; mas também porque tive pena daquelas pessoas que achavam bem tirar o Jonas de campo.

Jonas não é só o melhor marcador do Benfica, não é só (ao momento em que se escreve) o Bota de Ouro Europeu, nem é apenas um jogador que tem uma excelente visão de jogo. Jonas é poesia em movimento. Ver Jonas jogar causa uma sensação que poucos jogadores causam em mim: dá-me prazer. Tenho vontade chorar só de pensar no privilégio que é ter Jonas em campo com o manto sagrado. Jonas é a "Desaparecida", de John Ford, é "O Sol dos Scorta", de Laurent Gaudé, Jonas é filho dos melhores escritores, dos melhores realizadores, dos melhores pintores. Jonas é a Arte. 

Jonas é aquele amor adolescente intensíssimo que queremos que nunca mais acabe, com o qual queremos passar o resto das nossas vidas. Querem uma melhor declaração de amor que uma recepção de Jonas? Querem um abraço mais caloroso que ver uma finta sua, um passe seu, ou tão somente ver a jogada em que ele pensou há vinte minutos materializar-se?

Tirar Jonas do onze seria tirar a poesia das nossas vidas, seria deixar morrer o Amor, seria destruir a Arte, seria vender a nossa alma ao Diabo e deitar à fogueira todas aquelas coisas pelas quais vale a pena viver e morrer.

Deus tenha todos aqueles que negaram Jonas, porque o efeito da negação da poesia é irreversível. Porque as pessoas não vão aos estádios para ver os brutos. Vão aos estádios para ver a Arte, para ver os Jonas desta vida, e enquanto eles existirem existirá também este desporto maravilhoso que a todos fascina: o futebol.

Obrigado, Jonas, por nos lembrares todos os dias que há coisas pelas quais vale a pena lutar. Por nos avisares que o mais belo da vida pode estar num campo de futebol.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Sofrido

Haverá melhor maneira de voltar das férias do que com uma vitória do meu Benfica? Não, não há. Mas esta vitória foi diferente: sofremos demasiado para vencer, estivemos com a corda na garganta até ao fim e só um crer e uma vontade enormes desta equipa nos deram a vitória. Porque estes rapazes jogam muito mal, sim, parece que desaprenderam nos States, sim, mas ninguém os pode acusar de não terem um grande coração.

O jogo começou aparentemente fácil para o Benfica: o Moreirense não estava nada afoito e a bola estava sempre nossa. Contudo, não estava fácil: via-se que cada vez que eles atacavam os nossos mostravam uma incapacidade gritante de defender (como tem sido hábito esta época) e que a nossa posse de bola era apenas isso: posse de bola especulativa e inconclusiva, sem imprevisibilidade alguma. Ainda assim, o Victor Andrade ainda conseguiu criar perigo numa das nossas poucas oportunidades na primeira parte. Mas apenas uma oportunidade é muito pouco, e não foi por isso surpreendente ver o Moreirense chegar à vantagem aos vinte sete minutos, num lance incrivelmente mal defendido. A equipa espevitou um pouco, e uns dez minutos depois o Jonas falhou escandalosamente o golo do empate. Contudo, o final de primeira parte foi igual a tudo o resto: cruzamentos mal feitos, demasiados e à toa. O Eliseu está a mais na equipa (acho que foi a sua pior exibição desde que chegou à Luz), o Semedo não acertava nos passes e cruzamentos, o Pizzi não vê e não tem linhas de passe, o Mitroglou estava absolutamente inconsequente, etc, etc, etc. Foi normal chegar ao intervalo em desvantagem e mais normal ainda os assobios que se fizeram ouvir nessa altura.

Na segunda parte o jogo mudou: o Rui Vitória lançou o Talisca para o lugar do Pizzi e o Guedes para o lugar do Andrade. Não que estes dois tenham dado muita coisa à equipa, mas é certo que lhe deram mais velocidade e mais capacidade de transportar a bola. Nestes quarenta e cinco minutos, viu-se finalmente um Benfica perigoso: continuava mau, mas ia criando oportunidades de perigo. Primeiro, foi o Mitroglou, que num remate rasteiro obrigou o guarda-redes a uma grande defesa. Depois, o Mitroglou cabeceou à barra. Para terminar, o Jonas voltou a falhar escandalosamente o empate, algo nada comum em Jonas. Mais uma vez, a partir dos setenta e cinco, tudo mudou. O Vitória lançou o Jimenez para o lugar do Eliseu, entregou um papel com uma táctica qualquer ao Nico (não sei o que é que dizia o papel, mas imagino que tenha sido algo muito inteligente como "Tudo ao molho e fé em Deus") e resultou. Não sei como, mas resultou. Ao minuto setenta e seis, o Nico tirou um excelente cruzamento para a cabeça do Jimenez, que cabeceou para o empate, finalmente. Um minuto depois, o Semedo largou no Mitroglou, que passou atrasado para o Samaris, que com uma bomba de fora de área deu a volta ao marcador. A Luz explodiu. Depois de tanto sofrimento, estávamos por fim a vencer. Contudo, aos oitenta e cinco, o Cardozo deles empatou o jogo, num lance em que há um claro fora-de-jogo. Tudo parecia acabado para outra equipa qualquer, mas não para este Benfica. Num último fôlego Glorioso, o Nico tirou mais um excelente cruzamento a que o Jonas respondeu com um excelente volley para fazer o último golo do jogo. De loucos! Já há muito tempo que um jogo não me fazia sofrer assim.

O maior destaque deste jogo, na minha opinião, é o mestre Nico. A afinidade que tem com a bola é impressionante, os passes são teleguiados, a magia é constante. Felizmente o mercado não o levou. É claramente o nosso melhor reforço. Em segundo lugar, surge o Jonas. Apesar de ter falhado muitas vezes na hora H, acabou por decidir. O Rui terá que perceber que o lugar do Jonas não é a dar corridas desenfreadas. Jonas é classe, não é brutalidade. Num esquema de dois avançados terá sempre de jogar com Jimenez.

Ganhámos, sim. Mas jogámos mal, é preciso dizer. Esta equipa acredita muito, mas tem de melhorar bastante caso queira conquistar o ambicionada tri. O Eliseu é uma carta fora do baralho, o Luisão está lento, o Samaris não é o mesmo da época passada, o Pizzi está a falhar mais passes que nunca, não temos um médio direito e o Mitroglou é um penedo. Não temos ideia de jogo, e cruzamentos para o meio da área à equipa pequena não serve. As minhas esperanças são muito reduzidas, mas já se sabe: no que toca ao Benfica, não faço questão de ter razão. Que o Rui nos dê o tri.

Benfica 3-2 Moreirense
Jimenez
Samaris
Jonas

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Traição

No Natal, há quem peça paz e saúde. Eu bem que dispenso a paz no mundo, e nem sequer me importo muito de apanhar uma constipação ou uma gripe. A única coisa que eu peço é que não magoem o meu Benfica. Pelos vistos, os meus pedidos têm-se revelado infrutíferos. Em primeiro lugar, Jorge Jesus morde a mão de quem lhe dá de comer, dando uma facada em todos os benfiquistas, quer se gostasse dele ou não. Mas, sinceramente, a transferência de Jesus para o lado maligno não me doeu assim tanto: causou-me estranheza, deixou-me atarantado, até porque via nele um Alex Ferguson da Amadora. Jorge tinha aquele ar de saloio, de mitra da Amadora, mas não era ele quem ia correr para dentro de campo, suar e dar a vida pelo Benfica, pelo meu Benfica, fazer cara de mau aos adversários e até dar umas mocadas em quem desrespeitasse algum jogador que tivesse o Manto Sagrado ao peito. Como esta:


Esse abutre dava pelo nome de Maximiliano Pereira. Se há coisa que sempre me surpreendeu em Maxi, um dos capitães do Benfica, era o facto de deixar tudo em campo: mesmo sendo uruguaio, tinha a atitude dentro de campo que eu, por exemplo teria. Se o vídeo em cima é prova da sua violência por vezes excessiva, é também demonstrativa do que eu faria se visse o anão nojento do Moutinho à minha frente (se não fizesse mais). Ele, por jogar de azul ou verde, ofendia o vermelho dos bons, e por isso merece estas mocadas e muito mais. 

Maxi, doeu-me profundamente o que nos fizeste. Eras um de nós (ou parecias), e nada fazia prever isto. O teu sangue era vermelho, os teus braços eram vermelhos, as tuas pernas eram vermelhas, e até a tua verruga era vermelha. A par de Luisão, num estilo mais discreto, eras o jogador mais à Benfica em campo. Davas tudo, até parecia que davas a vida pelo Glorioso, como eu faria. Porquê Maxi? Por mais 500 mil euros, é isso? Vendes-te por pouco, eu que te julgava incorruptível! Tu, que disseste até que todos os títulos do Porco estavam marcados com o selo da corrupção? Além de mercenário, és então hipócrita! E não digas que tens o direito de fazer o que quiseres, porque não tens! Eras capitão do Benfica, e foste-o muitas vezes. Eras um ídolo, e tinhas, portanto, não o direito mas o DEVER de não nos desiludires! 

Maxi, vê se entendes: tu não és um grande jogador. Nunca foste. Mas nunca te poderiam acusar de não dares tudo pelo símbolo que levavas ao peito. Ficarias na história do Maior Clube do Mundo. Pensa só: em 111 anos de gloriosa História, os adeptos só concederam esse direito a uns poucos que ou se destacavam pela sua qualidade ou que deram tudo por nós e nunca nos traíram. Aliás, a História do Futebol, por norma, consagra os leais, os honestos, os bons: Pelé e o Santos, Maradona e o Nápoles, Cruyff e o Ajax, Di Stéfano e o Real Madrid, Messi e o Barcelona, Eusébio e o Benfica, Xavi e o Barcelona. Até Gerrard, que nunca ganhou nenhuma BPL será para sempre recordado como um dos grandes de Inglaterra. Agora, Maxi, serás considerado um jogador banal por aqueles que sempre te chamaram sarrafeiro, e perderás o teu lugar na nossa História.

Adeus Maxi. Em Maio, ver-me-ás no Marquês. Porque este Benfica provar-te-á que por muitas facadas que lhe dêem, levanta-se sempre mais forte, maior, mais Benfica. 

Aos benfiquistas, o meu último apelo: não desesperem. Sejam Benfica. Porque, como já se provou tantas vezes, essa é a nossa maior arma.

VIVA O BENFICA! 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Dos filhos da mãe

Queria apenas escrever este post amanhã, ou no fim-de-semana, mas pelo andar da carruagem daqui a umas horas Jorge Jesus será anunciado no Sporting. Lembro, para começar, que não devemos chorar. Chorar foi para os 92 minutos, para a final da Liga Europa, para a morte do Rei. Aí, foi o nosso querido Benfica que sofreu. Agora? Agora foi mais um funcionário (competente, é certo) que se foi embora. 

Jesus, és um filho da mãe. "Epá, há uma semana andavas a dizer que ele era o melhor treinador português, e agora já estás a dizer que não vale nada". Não, nada disso: Jorge Jesus é um excelente treinador, que apesar dos seus defeitos (teimosia, arrogância, etc) conseguiu pôr o Benfica na senda das vitórias passados tantos anos. Contudo, esqueceu-se que não é maior que o Benfica e assim, traindo quem por três épocas seguidas o segurou nas piores ocasiões, rumou ao LIDL. Foi não só ingrato, mas mostrou também falta de ética com um seu colega de profissão (Marco Silva), e estas atitudes não são admissíveis no Sport Lisboa e Benfica. Há coisas mais importantes que títulos, e os nossos valores são uma delas. Cosme Damião coraria de vergonha, por certo, ao deparar-se com esta situação. Jesus, achas que és maior que nós. Porém, aqueles de quem o clube recebe mais do que dá têm uma estátua, e é por isso que só está lá uma e, espanto, NÃO É TUA. Vai-te, e não voltes. O teu ciclo acabou. O Benfica por cá ficará.

Vieiras, Joões Gabrieis, marketing no geral, sois uns filhos da mãe. Se a atitude do Jorge não é correcta a vossa, a vossa não se coaduna com a situação de representantes do Maior Clube do Mundo. Nós não somos o Partido Comunista Russo, nem um qualquer Portinho: não apagamos da nossa história aqueles que nos ajudaram, mesmo que depois tenham sido uns sacanas. Assim, poruqe não tiram todos os títulos ganhos por aquele sacaninha. João Gabriel, Jesus não foi grato? E tu, meu retardado? Se queres andar por aí a espalhar ao mundo coisas idiotas e estúpidas, ao menos lembra-te do clube que representas. Guarda a porcaria para ti! Esquecem-se que Jesus foi o treinador mais titulado e com mais jogos internos e europeus da nossa mais-que-centenária História! Daqui a cem anos, ninguém se vai lembrar de vocês, mas para o Museu ficarão 11 títulos com o cunho de Jesus. Ide-vos, que não nos respeitam, e por isso não respeitam o Benfica.

Bruno de Carvalho, não queria falar de ti, já que não pertences aos meus âmbitos, mas és mais que um filho da mãe. Se achas que és muito inteligente por jogares nas costas, sem escrúpulos, não respeitando sequer um tipo que se empenhou na tua espécie de projecto, enganaste: vais-te lixar em breve, e espero estar na fila da frente quando isso acontecer. Não te esqueças que a tua amostra de clube já fez isto ao Benfica mais que uma vez na sua história. Preciso de tem lembrar quem foi campeão no ano seguinte? Talvez um... 6-3 te refresque a memória?

P.S - Espero que o nosso futuro treinador não seja Rui Vitória, inexpriente, mas Marco Silva. É benfiquista, bom treinador e, tal como nós, está motivadíssimo para fazer a vida negra àquelas cobras. 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

34

Já está. Foi duro, foi complicado, teve suor, teve sangue (o Jardel que o diga), teve muita luta, mas finalmente levámos a melhor! Somos BICAMPEÕES!


O que me vai na alma é difícil de descrever. Nunca tinha visto o Benfica ser bicampeão, e portanto este é um momento de alegria suprema para mim. Mais uma vez, a festa partiu do Marquês para o resto do país e para o resto do Mundo: os PALOP´s, Brasil, EUA, Vietname, etc. Para cada ponto do mundo onde haja um benfiquista, segue um apelo: rejubilem. Somos campeões. Cumprimos a nossa missão, cumprimos o nosso destino: vencer! Acima de tudo, esta foi uma vitória da humildae e da raça, duma equipa que fez das suas fraquezas forças e que, apesar de muitos a darem por vencida ainda antes da guerra, acabou por voar bem mais alto, qual águia em voo imperial.


O que é certo é que antes da festa, houve um jogo difícil para vencer que, já agora, não ganhámos. Foi um jogo stressante, em que o Benfica podia ter acabado com o jogo e o campeonato no início, mas não o fez, acabando por beneficiar do resultado de terceiros para festejar.


Apesar de todo o clima agressivo que se foi criando à volta do jogo, o que é certo é que o Guimarães entrou mansinho. Fez muito anti-jogo, é certo, mas colocou-se imediatamente à defesa. O Glorioso, por seu lado, começou fortíssimo. Aos dois minutos, o Jonas atirou à trave de cabeça e, na recarga, o Pizzi chutou contra um central. Passados três minutos, o Lima recebeu a bola sentou o guarda-redes e mandou por cima da trave. Aos catorze, após jogada do Salvio, o Maxi atirou ao poste. Pouco depois, o Maxi passou para o Salvio que marcou, só que a jogada foi travada por alegado fora-de-jogo de um dos dois, que não existiu. E perto dos vinte, o temível Jonas, isolado, chutou para fora. O Vitória estava acantonado, o Enorme ia criando oportunidades atrás de oportunidades, mas a bola teimava em não entrar. Pior: perto do intervalo, o Porco abriu o marcador em Belém, o que deixava tudo em aberto, ainda que a nosso favor, para a última jornada. 


A segunda parte foi totalmente diferente: o jogo ficou muito mais fechado, tendo o Benfica atacado muito menos. Ainda assim, continuámos a tentar acabar com a questão do título, que só não se consumou porque, em duas cabeçadas do Maxi, o Douglas respondeu com duas boas intervenções. Com a saída do Pizzi e a entrada do Talisca, o Gigante parecia querer montar o ataque à baliza, mas isso também permitiu que o Guimarães ficasse mais solto, mesmo que não criasse oportunidades. Assim, e com constante perdas de tempo por parte do adversário, o título parecia que não ia ficar resolvido ontem. Porém, a dez minutos do final do nosso jogo, ouviu-se um grito de golo. Mágico: Tiago Caeiro, a cinco minutos do final do seu encontro, havia empatado para os pastéis. Soltou-se a alegria e, pouco depois, com o apito final dos porcos, os gritos de campeão começaram. O jogo não mais importava: o título já era nosso. O bicampeão somos nós.


Não vou escolher um melhor para este jogo. Podia, mas não vou. Serve este post de título para agradecer ao Benfica, por mais uma vez me ter dado uma enorme, gigantesca alegria, quase tão grande como a sua própria grandeza. Obrigado ao Jesus, por ter pegado numa equipa dos trezentos, totalmente remendada, e ter feito a partir daí um campeão, que mais do que nunca teve o mérito de nos levar ao topo. A cada um dos jogadores, um abraço especial, porque são de algum modo a imagem do Benfica: sem vedetas, sem soldados rasos, cada um vale tanto como outro, e todos juntos, a puxar para o mesmo lado, não há quem os pare. E a cada um de nós, adeptos, parabéns: somos a força deste Benfica, somos que O leva ao colinho. Juntos não há quem nos pare. Juntos, NINGUÉM PÁRA O BENFICA!


Foi lindo. Somos campeões! Gritemos bem alto: SOMOS BENFICA!

Guimarães 0-34 Benfica
Júlio César
Eliseu
Jardel
Luisão
Maxi
Samaris
Pizzi
Salvio
Nico
Jonas
Lima
Jesus
Nós, adeptos
Etc, etc, etc...








terça-feira, 28 de abril de 2015

"Wake Up", by Arcade Fire

Somethin' filled up
My heart with nothin'
Someone told me not to cry

Estimado leitor, ao ler o título deste post não se iluda: isto não é um "And Now for Something Completely Different" inédito neste blog, peço desculpa por estar a ocupar a sua atenção com assuntos bem mais irrisórios do que o Benfica (haverá algum assunto mais importante). Este post não é de facto sobr música. Este post é dirigido ao Benfica. O seu nome não é Benfica, por certo, estimado leitor. Contudo, eu sou Benfica, o leitor é Benfica, nós somos Benfica, e por isso peço-lhe que não pare de ler. Esta missiva é dirigida especialmente a todos nós.

***
Benfica, meu grande amor,

É a ti que dirijo estas palavras. Antes de começar a escrever, estava a ouvir a música "Wake Up", dos maravilhosos Arcade Fire. E vá-se lá saber porquê, aproveitei para pesquisar na net "Benfica". Só assim, "Benfica". Apeteceu-me, tão somente para ver quais as pesquisas que o Google te associa. Site do Sport Lisboa e Benfica, Sport Lisboa e Benfica - Wikipedia, etc, etc. E lá em baixo, já no final da página, deparo-me com links recomendados. "Benfica - Chelsea... Vou ver, não vou...". Fui. Estava a ouvir a música já referida (não te esqueças dela, Benfica; ainda me vai dar jeito). Comecei a ver: Benfica 1-2 Chelsea, adeptos desolados, jogadores a chorar, injustiça tremenda. Eu confesso, Benfica: um pouco de mim foi-se abaixo. Deu-me vontade de chorar.

Vem isto a propósito do quê, Benfica? Tenho que relembrar-te: já sofremos muito. Eu, ele, nós, tudo por ti. E mesmo que alguém me peça para não chorar, como dizem os Arcade, não consigo. Já sofri demasiado. Em 2013, desmoronou-se tudo em três jogos, e a glória europeia escapou-nos no último minuto; o ano passado, Portugal foi nosso mas, por amor de Deus, levámos mais uma facada na Europa. Já levei 5 do Porco, já fui eliminado pelo Braga, já perdi com o Guimarães, já levei com Kelvins, Ivanovics, Betos, etc, já me escapou no último minuto. E pior de tudo, Benfica, durante trinta anos aqueles porcos corruptos fizeram-nos sofrer, fizeram-nos sangrar, fizeram-nos suar, tentaram destruir-nos, cuspiram em cima de nós, fizeram-nos a folha tantas vezes. Já sofri demasiado às suas mãos, já os vi ganhar demasiadas vezes.

E chega, Benfica! O ano passado foi bom, mas este ano é diferente. É acabar com eles, é dar-lhes a estocada final com que a minha geração sempre sonhou. Benfica, por todas as vezes que choraste, que sangraste, que foste ferido quase de morte, que comeste pó, que ficaste para trás, que foste apunhalado pelas costas, por todos os dias que não pudeste cantar, não pudeste sorrir, que não pudeste gritar e festejar, por tudo isso dá cabo deles, Benfica.

Está nas tuas mãos cumprir o teu destino: Vencer, com V grande. Por favor, Benfica, por mim, por ti, por ele, por todos nós, sê aquele que nos pede, com um sorriso dos vencedores, para não chorar mais.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Razoável

Após o jogo, admito, estava enervado. O Benfica tem obrigação de vencer todos os jogos, para mais em casa. Fez um mau jogo, um jogo rijo, um jogo de suor. Pouco tentou fazer para marcar. Não ao nível apresentado em Alvalade, mas ainda assim muito pouco. Empatou. Passado um dia, continuo a achar que este foi um mau resultado: para além de ter sido um empate, perdemos uma excelente oportunidade de dar uma machadada final naqueles porcos, de dar o soco que os deitaria ao chão definitivamente. Não posso, contudo, de deixar de dizer: o Porco foi o grande derrotado. O Benfica continua na frente e depende dele próprio. Faltam quatro jogos, e tem de ganhar três para ser campeão. Está nas nossas mãos, e portanto o resultado de ontem pode ser considerado razoável, ou menos mau dadas as circunstâncias.


Há que dizer: o Benfica não tinha a vida facilitada. O Salvio não pôde jogar por lesão, e deu o seu lugar ao Talisca, que pouco ou nada atribuíu à equipa. O Lopetegui também entrou medroso, principalmente para quem precisava desesperadamente de vencer: encheu o meio-campo com quatro homens. Desde cedo se percebeu o que é que seria o jogo: muita raça, muita luta, mas pouca soltura. O meio-campo, como seria de prever, estava aglomerado de gente, e as oportunidades foram poucas. O Porco teve um pouco mais posse de bola, é certo, mas sempre infrutífera. O Glorioso, quando recuperava a bola, não conseguia sair para o ataque com a facilidade que vem sendo hábito nesta época. A partida tornava-se mais feia a cada minuto que passava. Em todo o primeiro tempo, o Benfica não fez nenhum remate, o corrupto apenas tentou uma vez, numa oportunidade perigosa do Jackson que saíu por cima da baliza. 


Na segunda parte, o jogo alterou-se um pouco: mesmo sem fazer alterações, o Benfica estava mais solto. O jogo continuava disputado e feio, é certo, mas notava-se os jogadores um pouco mais livres do que na primeira parte. Esta melhoria deve-se em grande parte à troca do Talisca pelo Fejsa: saíu um jogador que nada estava a fazer (nem defendia, nem atacava, nem lutava, nem corria) para dar lugar a um outro que, juntamente com o Samaris (que já estava a fazer um bom jogo), encheu o meio-campo e deu liberdade ao Pizzi para subir. O Porco pôs dois extremos: o Hernâni e o Quaresmaque, tirando um esforço físico acrescido do Eliseu (que passou para médio esquerdo com a troca do Pizzi com o André Almeida), nada de novo trouxeram ao jogo. Nos segundos quarenta e cinco minutos, contei três ocasiões de golo para o Benfica e uma para os porcos: do nosso lado, o Talisca cabeceou a rasar o poste; o Jackson respondeu com um cabeceamento perigoso; o Pizzi teve uma boa oportunidade à entrada da área, mas rematou sem força alguma (ainda para mais tendo o Gaítan ao lado); e, a seis minutos do final, o Fejsa teve uma ocasião soberana para acabar com o campeonato mas, tal como o Jackson, atirou por cima. Resumindo: um jogo para homens, duro, rijo, feio.

Benfica-FC Porto (Reuters)

Num jogo tão disputado e equilibrado, quase que se podia dizer que não houve destaques. E, de facto, não houve. Porém, há que realçar que o eixo central Luisão-Jardel-Samaris apresentou-se a excelente nível, e limpou qualquer investida adversária. Se este era um jogo para homens, porque não destacar os três bravos? O Maxi fez também um jogo à sua imagem: competente e lutador.

O resultado não foi o melhor, é certo. Mas é também certo que estamos numa excelente posição para vencer o bi-campeonato. Temos dois jogos em casa, em que é obrigatório ganhar (Penafiel e Marítimo) e dois jogos fora (Gil Vicente, já na próxima jornada, e Vitória de Guimarães). Tenho a certeza absoluta que o jogo de Barcelos será determinante, até porque ganhando lá, o Benfica até se pode dar ao luxo de não ganhar em Guimarães (jogo em que até acho que a vitória nos vai sorrir). Ganhando em Barcelos, o Glorioso fica a seis pontos do título, e poderá mesmo festejar em Guimarães. Espero ainda poder escrever antes do próximo jogo. A mensagem é clara: acabaram-se as desculpas, as lamechices, o choro. Benfica, é a ti que dirijo estas palavras: está na hora de cumprires o teu destino: VENCER.

Benfica 0-0 Porco

segunda-feira, 20 de abril de 2015

O Campeão voltou!

Muitos parabéns à equipa de hóquei! Mias uma vez, mostraram que são a modalidade mais à Benfica que existe! Era preciso ganhar ao clube corrupto? Muito bem. E não só ganharam como deram uma prova de força: 5-1! Esperemos que o futebol aprenda com o exemplo de luta de hóquei que, e faço uma vénia, em vinte e quatro jogos (faltam dois para terminar o campeonato), ganhou VINTE E TRÊS e empatou apenas um. Espectacular! À BENFICA!

Pragmatismo

O Benfica conseguiu superiorizar-se ao Belenenses, num dos jogos mais difíceis que restavam rumo ao 34º título da nossa história. Fez um jogo fraquinho, como tem sido hábito nas deslocações a terrenos adversários, mas com uma eficácia máxima e um inspirado Jonas amealhou os três pontos.


A grande surpresa no onze inicial foi a ausência do Salvio, que ao que parece contraíu uma pequena lesão muscular (que esperemos que não o afaste do jogo com o Porco). O início de jogo do Benfica foi forte: aos cinco minutos, um médio do Belenenses atrasou mal a bola; o guardião, pressionado pelo Lima, tentou atirar a bola para longe, só que o Jonas interceptou o corte e disparou para a baliza. Estava feito o 1-0 muito cedo, como em Vila do Conde, e tal como em Vila do Conde o Benfica adormeceu, caindo na estratégia do adversário. Abdicou do ataque e limitou-se a tentar controlar, algo que nunca chegou a conseguir. O Júlio César bem que se teve de aplicar e foi obrigado a duas boas intervenções, ambas na sequência de livres marcados pelo Carlos Martins. O intervalo chegou, e ainda bem, caso contrário talvez tivéssemos sofrido um golo.


A segunda parte começou como a primeira: muito bem para o Benfica. Passou a controlar o jogo definitivamente, e quinze minutos volvidos resolveu. O Nico cruzou, o Jonas dominou de peito e dentro de área fuzilou o guarda-redes. Mais uma vez, Jonas Pistolas resolve e já está a apenas um golo do melhor marcador do campeonato Jackson Martínez. A partir daí, o Belém perdeu o fôlego e o jogo ficou claramente inclinado a nosso favor. Não criávamos oportunidades de golo, é certo, mas eles também não. Além disso, deu para gerir os amarelos do Jonas e do Samaris. No final, o Belenenses ainda obrigou o Júlio a mais uma grande defesa à queima-roupa, mas já nada havia a fazer para o lado azul.


O grande destaque do Benfica já se começa a tornar repetitivo: Jonas. Está numa forma fenomenal, continua a marcar golos e a fazer jogar. É, para mim, a par do Jackson, o jogador mais decisivo da prova. Destaco também o Júlio César, que fez três boas defesas e foi decisivo.

Para a semana, é o jogo decisivo. Digam o que disserem, se o Benfica ganhar fica com via aberta para o título. Mais: ganhando ao Porco, só precisa de levar de vencida os dois jogos seguintes (com o Gil Vicente (fora) e o Penafiel (casa)) para se sagrar campeão nacional. Sigam o exemplo do hóquei. Há que não vacilar, e acabar com eles de uma vez por todas. Sejam BENFICA!

Belenenses 0-2 Benfica
Jonas (2)