Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.

Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.
Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio. Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014)

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Razoável

Após o jogo, admito, estava enervado. O Benfica tem obrigação de vencer todos os jogos, para mais em casa. Fez um mau jogo, um jogo rijo, um jogo de suor. Pouco tentou fazer para marcar. Não ao nível apresentado em Alvalade, mas ainda assim muito pouco. Empatou. Passado um dia, continuo a achar que este foi um mau resultado: para além de ter sido um empate, perdemos uma excelente oportunidade de dar uma machadada final naqueles porcos, de dar o soco que os deitaria ao chão definitivamente. Não posso, contudo, de deixar de dizer: o Porco foi o grande derrotado. O Benfica continua na frente e depende dele próprio. Faltam quatro jogos, e tem de ganhar três para ser campeão. Está nas nossas mãos, e portanto o resultado de ontem pode ser considerado razoável, ou menos mau dadas as circunstâncias.


Há que dizer: o Benfica não tinha a vida facilitada. O Salvio não pôde jogar por lesão, e deu o seu lugar ao Talisca, que pouco ou nada atribuíu à equipa. O Lopetegui também entrou medroso, principalmente para quem precisava desesperadamente de vencer: encheu o meio-campo com quatro homens. Desde cedo se percebeu o que é que seria o jogo: muita raça, muita luta, mas pouca soltura. O meio-campo, como seria de prever, estava aglomerado de gente, e as oportunidades foram poucas. O Porco teve um pouco mais posse de bola, é certo, mas sempre infrutífera. O Glorioso, quando recuperava a bola, não conseguia sair para o ataque com a facilidade que vem sendo hábito nesta época. A partida tornava-se mais feia a cada minuto que passava. Em todo o primeiro tempo, o Benfica não fez nenhum remate, o corrupto apenas tentou uma vez, numa oportunidade perigosa do Jackson que saíu por cima da baliza. 


Na segunda parte, o jogo alterou-se um pouco: mesmo sem fazer alterações, o Benfica estava mais solto. O jogo continuava disputado e feio, é certo, mas notava-se os jogadores um pouco mais livres do que na primeira parte. Esta melhoria deve-se em grande parte à troca do Talisca pelo Fejsa: saíu um jogador que nada estava a fazer (nem defendia, nem atacava, nem lutava, nem corria) para dar lugar a um outro que, juntamente com o Samaris (que já estava a fazer um bom jogo), encheu o meio-campo e deu liberdade ao Pizzi para subir. O Porco pôs dois extremos: o Hernâni e o Quaresmaque, tirando um esforço físico acrescido do Eliseu (que passou para médio esquerdo com a troca do Pizzi com o André Almeida), nada de novo trouxeram ao jogo. Nos segundos quarenta e cinco minutos, contei três ocasiões de golo para o Benfica e uma para os porcos: do nosso lado, o Talisca cabeceou a rasar o poste; o Jackson respondeu com um cabeceamento perigoso; o Pizzi teve uma boa oportunidade à entrada da área, mas rematou sem força alguma (ainda para mais tendo o Gaítan ao lado); e, a seis minutos do final, o Fejsa teve uma ocasião soberana para acabar com o campeonato mas, tal como o Jackson, atirou por cima. Resumindo: um jogo para homens, duro, rijo, feio.

Benfica-FC Porto (Reuters)

Num jogo tão disputado e equilibrado, quase que se podia dizer que não houve destaques. E, de facto, não houve. Porém, há que realçar que o eixo central Luisão-Jardel-Samaris apresentou-se a excelente nível, e limpou qualquer investida adversária. Se este era um jogo para homens, porque não destacar os três bravos? O Maxi fez também um jogo à sua imagem: competente e lutador.

O resultado não foi o melhor, é certo. Mas é também certo que estamos numa excelente posição para vencer o bi-campeonato. Temos dois jogos em casa, em que é obrigatório ganhar (Penafiel e Marítimo) e dois jogos fora (Gil Vicente, já na próxima jornada, e Vitória de Guimarães). Tenho a certeza absoluta que o jogo de Barcelos será determinante, até porque ganhando lá, o Benfica até se pode dar ao luxo de não ganhar em Guimarães (jogo em que até acho que a vitória nos vai sorrir). Ganhando em Barcelos, o Glorioso fica a seis pontos do título, e poderá mesmo festejar em Guimarães. Espero ainda poder escrever antes do próximo jogo. A mensagem é clara: acabaram-se as desculpas, as lamechices, o choro. Benfica, é a ti que dirijo estas palavras: está na hora de cumprires o teu destino: VENCER.

Benfica 0-0 Porco

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