Há que dizer: o Benfica não tinha a vida facilitada. O Salvio não pôde jogar por lesão, e deu o seu lugar ao Talisca, que pouco ou nada atribuíu à equipa. O Lopetegui também entrou medroso, principalmente para quem precisava desesperadamente de vencer: encheu o meio-campo com quatro homens. Desde cedo se percebeu o que é que seria o jogo: muita raça, muita luta, mas pouca soltura. O meio-campo, como seria de prever, estava aglomerado de gente, e as oportunidades foram poucas. O Porco teve um pouco mais posse de bola, é certo, mas sempre infrutífera. O Glorioso, quando recuperava a bola, não conseguia sair para o ataque com a facilidade que vem sendo hábito nesta época. A partida tornava-se mais feia a cada minuto que passava. Em todo o primeiro tempo, o Benfica não fez nenhum remate, o corrupto apenas tentou uma vez, numa oportunidade perigosa do Jackson que saíu por cima da baliza.
Na segunda parte, o jogo alterou-se um pouco: mesmo sem fazer alterações, o Benfica estava mais solto. O jogo continuava disputado e feio, é certo, mas notava-se os jogadores um pouco mais livres do que na primeira parte. Esta melhoria deve-se em grande parte à troca do Talisca pelo Fejsa: saíu um jogador que nada estava a fazer (nem defendia, nem atacava, nem lutava, nem corria) para dar lugar a um outro que, juntamente com o Samaris (que já estava a fazer um bom jogo), encheu o meio-campo e deu liberdade ao Pizzi para subir. O Porco pôs dois extremos: o Hernâni e o Quaresmaque, tirando um esforço físico acrescido do Eliseu (que passou para médio esquerdo com a troca do Pizzi com o André Almeida), nada de novo trouxeram ao jogo. Nos segundos quarenta e cinco minutos, contei três ocasiões de golo para o Benfica e uma para os porcos: do nosso lado, o Talisca cabeceou a rasar o poste; o Jackson respondeu com um cabeceamento perigoso; o Pizzi teve uma boa oportunidade à entrada da área, mas rematou sem força alguma (ainda para mais tendo o Gaítan ao lado); e, a seis minutos do final, o Fejsa teve uma ocasião soberana para acabar com o campeonato mas, tal como o Jackson, atirou por cima. Resumindo: um jogo para homens, duro, rijo, feio.
Num jogo tão disputado e equilibrado, quase que se podia dizer que não houve destaques. E, de facto, não houve. Porém, há que realçar que o eixo central Luisão-Jardel-Samaris apresentou-se a excelente nível, e limpou qualquer investida adversária. Se este era um jogo para homens, porque não destacar os três bravos? O Maxi fez também um jogo à sua imagem: competente e lutador.
O resultado não foi o melhor, é certo. Mas é também certo que estamos numa excelente posição para vencer o bi-campeonato. Temos dois jogos em casa, em que é obrigatório ganhar (Penafiel e Marítimo) e dois jogos fora (Gil Vicente, já na próxima jornada, e Vitória de Guimarães). Tenho a certeza absoluta que o jogo de Barcelos será determinante, até porque ganhando lá, o Benfica até se pode dar ao luxo de não ganhar em Guimarães (jogo em que até acho que a vitória nos vai sorrir). Ganhando em Barcelos, o Glorioso fica a seis pontos do título, e poderá mesmo festejar em Guimarães. Espero ainda poder escrever antes do próximo jogo. A mensagem é clara: acabaram-se as desculpas, as lamechices, o choro. Benfica, é a ti que dirijo estas palavras: está na hora de cumprires o teu destino: VENCER.
Benfica 0-0 Porco
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