Fez ontem nove anos que Fehér viu o mundo pela última vez. Todos os benfiquistas choraram a sua morte, e estiveram presentes na sua homenagem.
Por isso hoje, pelo Benfica, por ele, é necessário ganhar ao Braga e cimentar a liderança.
Nasceste a chorar e toda a gente sorriu, morreste a sorrir e toda a gente chorou.
Os 15 jogadores do plantel que viveram aquela tragédia e os outros que perceberam rapidamente a dor imensa, lembraram sempre a memória do Miki, nos momentos difíceis da época. Era qualquer coisa que vinha cá de dentro e não se explicava. Era uma força mágica que nos corria o corpo e nos fazia esgotar o fôlego, superar a dor, dilatar as forças e enfrentar todas as dificuldades. Para ser sincero - posso dizê-lo agora porque ninguém descobriu antes - o Benfica jogou sempre à margem dos regulamentos neste campeonato: jogámos com 12 e ninguém viu! Quando Pedro Henriques apitou para o final do jogo no Bessa, ninguém viu mas o Miki andava aos pulos e aos gritos no relvado. Ninguém viu mas ele encharcou toda a gente com repuxos de champanhe. Ninguém viu mas ele abraçou os colegas, um a um. Ninguém viu mas ele deixou rolar as lágrimas pelo rosto, com aquele sorriso inesquecível. O Miki fez questão de morrer a sorrir porque já previa este desfecho. - Simão Sabrosa
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