Foi com uma equipa de segundas linhas, mas bastante portuguesa, que o Benfica, no dia em que se comemora a partida do mais afável sorriso da História do Sport Lisboa e Benfica, e o aniversário do nosso Rei, venceu o Gil Vicente, pela margem mínima, mas com um bom jogo.
A primeira parte não teve grande história, mas apesar dos poucos remates, o Benfica esteve sempre por cima do adversário. As oportunidades mais perigosas surgiram por intermédio dum canto directo do André Gomes e um penalty falhado pelo Funes Mori. Na segunda parte o paradigma não se alterou muito, e o merecido golo da vitória chegou por intermédio do Suljemani, após um remate à barra do Mori. Até ao fim, o Jesus fez entrar o Bernardo Silva, o Hélder Costa e o João Cancelo, que para além de terem assinado boas exibições e terem estado à beira do golo, fizeram com que terminássemos com nove (NOVE) portugueses em campo.
Tal como no jogo com o Leixões, gostei bastante de ver o Rúben Amorim. O André Gomes também fez um grandíssimo jogo, e espero que lhe sejam concedidas mais oportunidades na equipa A. Os três jovens também entraram muito bem e estiveram à beira do golo, assim como o Ivan Cavaleiro, que fez mais uma boa exibição. Também destaque para mais um jogo sem sofrer golos. Espera-nos agora, nas meias-finais, uma visita ao antro corrupto.
Foi há dez anos, mas ainda parece que foi hoje que um dos nossos partiu com o Manto Sagrado, no mais negro minuto da História do Sport Lisboa e Benfica.
E hoje, também Tu completarias o Teu aniversário. Aliás, ainda completas, porque os imortais não morrem. Parabéns, Tu és o nosso Rei.
Peço desde já desculpa, mas não tive disponibilidade para escrever. Bis de Rodrigo, único substituto à altura do Tacuara. Oblak seguro, mágico Gaítan, péssimo Lima.
Mesmo sendo certo que a nossa história recente com o Porto não tem sido a melhor, acho que não cabia na cabeça de qualquer benfiquista um resultado que não fosse a vitória. E assim foi. A conjugação entre o Inferno da Luz e o ser Benfica dos jogadores resultou numa vitória incontestável, que até podia ter sido maior.
O jogo começou mesmo antes de começar, por diversas razões. A primeira foi a manutenção da titularidade do Oblak, que mostrou porque o Jesus deve apostar nele até ao fim. A segunda foi a táctica com dois avançados, o que acabou por surpreender todos. A terceira foi a brilhante homenagem a Eusébio, com o Estádio todo de preto por minutos, e com os jogadores a envergarem o Seu nome no manto sagrado. E assim começou o jogo. As equipas começaram por se mostrar muito encaixadas uma nas outras, numa imagem do que viria a ser a primeira parte. Mas, à passagem dos treze minutos, o número de Eusébio na Selecção, o Benfica chegou ao golo: Markovic pega na bola, leva até à cabeça da área, abre para o Rodrigo e este, à Eusébio, fuzila por completo o macaco do Helton. O Porto, a partir daí, sentiu-se na obrigação de marcar, o que tentou fazer com uma impressionantes, deixem-me fazer as contas... é isso, zero oportunidades. Só através de livres se aproximavam da área, mas aí tanto a defesa como o Oblak se mantiveram bastante concentrados.
A segunda parte começou praticamente com um livre perigoso a favor do Porto, com o Oblak a agarrar seguramente a bola. Na resposta, o Markovic obrigou o Helton a fazer uma defesa apertada para canto. Nesse mesmo canto, o Matic cabeceou para uma brilhante defesa do Mangala, já que a bola parecia indefensável. Já que o árbitro, por "cegueira", não marcou penalty, o Benfica voltou a ganhar um canto. E nesse canto, a provar que Deus escreve direito por linhas tortas, apareceu na pequena área, fulgurante, a cabecear para o segundo golo. O Porto teve de ir em busca do golo, mas só o Glorioso ia criando perigo, com a mais perigosa oportunidade a pertencer ao Rodrigo, que rematou ligeiramente por cima. A um quarto de hora do final, o Porco ficou reduzido a dez (como é possível?!) e o Benfica até podia ter arrancado o terceiro golo. Mas já não valia a pena correr riscos desnecessários.
Neste jogo, não há ninguém a destacar, somente porque o destaque foi a equipa no seu todo. Impulsionados por Eusébio e pelo Estádio da Luz, mostraram um empenho, uma garra, um querer e uma ambição, aliadas a uma boa qualidade de jogo, que entrou numa sintonia perfeita com o Inferno da Luz como há muito não se via. Mesmo assim, pode-se destacar o Oblak, pela segurança, o Maxi e o Siqueira, pela subida de forma, o Luisão e o Garay por serem imperiais, o Matic por ser gigante, o Enzo por ser lutador e potente como um Ferrari, o Gaítan e o Markovic pela magia e espírito de luta, o Rodrigo, pelo gigante golo e tremando esforço, e até o Lima por... por... olhem, nem sei bem, mas o que interessa? E uma nota final para o Jesus, que finalmente não inventou e, tal como a equipa não se acagaçou. Viramos assim o campeonato em primeiro de forma isolada.
Trágico. Arrepiante. Talvez as duas melhores palavras para descrever um dos momentos mais tristes, quiçá o mais triste da história centenária do Sport Lisboa e Benfica. Trágico pela ocasião em si, claro, pois morreu, mais que uma lenda, um mito, um grande pedaço do Benfica e de Portugal. Arrepiante pelo facto de Eusébio ter juntado, com a sua figura, milhares de pessoas de todos os quadrantes da sociedade. O último grande golo de Eusébio.
E a melhor maneira de homenagearmos Eusébio é já no próximo Domingo, dia em que Eusébio tantas alegrias nos deu, e durante o resto dos jogos da época. Essa maneira é sermos todos Eusébio da Silva Ferreira. Temos de disputar cada bola, correr mais um centímetro, saltar um pouco mais, lutar com todas as nossas forças, temos de encher o Estádio da Luz, rematar todos ao mesmo tempo, dar a volta ao resultado, saber sofrer, dar tudo. E no fim, sairemos vitoriosos, cantando o nosso nome, que também é o Dele, pois Eusébio e Benfica fundem-se. Cantando o seu nome também, que é também o nosso. E sairemos então à Eusébio: vitoriosos. Como só o Benfica deve ser.
E Ele, do alto do 4º anel, sofrerá também. Terá de pedir a sua toalha a Cosme Damião. Festejará cada golo marcado como seu, até porque o Benfica é Ele e Ele é o Benfica. E no fim, sorrirá e rejubilará connosco. Porque é também um de nós. Para sempre.
Eusébio, obrigado por tudo. Por, apesar de seres Rei, teres aceitado ser um de nós, ganhando assim a eternidade. Ontem, hoje e sempre nos veremos no Estádio da Luz, no estádio que é Teu. Principalmente se o sempre for um domingo à tarde.
P.S - Citando Paulo Garcia: Assunção, não te preocupes. Nós temos vergonha por ti.
Perdeu-se hoje um grande pedaço do Benfica e de Portugal. Partiu para o 4º anel o Maior, o Inigualável Eusébio da Silva Ferreira. Partiu um símbolo do Sport Lisboa e Benfica, um dos grandes marcos da nossa história. Deixou-nos um bocado dum Benfica vitorioso, nobre, humilde, muito do que o Benfica foi perdendo nos últimos anos.
Três dias de luto nacional. É pouco.
Que nos momentos difíceis que nos restam desta época, recordemos o que Eusébio foi, o que Eusébio é, e que por ele, e para ele, sejamos Benfica.
Adeus Deusébio. Boa viagem até ao 4º anel e que Deus de tenha.