Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.

Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.
Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio. Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014)

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Campeões

Foi um jogo igual ao Campeonato: teve altos, baixos, uma primeira parte mais sofrida, apesar das inúmeras oportunidades para selar o resultado e o título. Os jogadores decidiram crescer na segunda parte - como na segunda volta - o que resultou no único desfecho possível: a felicidade máxima de sermos campeões. Em nome do Rei. Em nome do Monstro.


A alegria e o orgulho imenso que sinto por pertencer a esta família, à família benfiquista, não podem ser descritas em palavras. Mas talvez o rosto das pessoas com que me cruzei após o jogo ande lá perto. Rejubilo com o facto de ver festejos do Norte ao Sul de Portugal, no Luxemburgo, Bélgica, Paris (no Arco do Triunfo, pois claro), em todas as ex-colónias portuguesas, em Londres, e em todo o local em que haja um benfiquista. Alegro-me com a emoção no rosto de todos, mas principalmente dos jogadores, que mesmo sendo estrangeiros, conseguem perceber a importância deste título, a importância do Manto que vestem, e que percebam que nada toca mais o benfiquista que ver os seus jogadores descerem do autocarro só para estarem com eles. Emociono-me por saber que as lágrimas vertidas pelo final da época passada continuam, mas são agora de alegria. Sinto, felicíssimo, que Eusébio e Coluna estão orgulhosos e a sorrir, onde quer que estejam. Este título também é Vosso. E também é nosso, adeptos. Pelo que sofremos no início, por nunca termos desistido da equipa, por termos conseguido, na segunda volta do campeonato, ter criado uma gigante onda vermelha. A todos, o meu enorme Obrigado!

Benfica Campeão, a festa na Luz (Lusa)
No entanto, antes da festa se soltar ao país e ao Mundo, com epicentro no Marquês de Pombal, ele que também vestiu de vermelho (literalmente), houve um jogo. Nada fácil, mesmo nada fácil. O adversário, o Olhanense, quase que parecia querer estragar a festa, tal foi o autocarro imposto na sua baliza. E o Benfica, tão calmo na maioria dos jogos, começou a tremer. Começou a falhar. Primeiro o Gaítan, aos dois minutos, a permitir o corte in extremis a Luís Filipe, um velho conhecido. Depois, o Rodrigo, em vez de rematar, mandou uma rosca. E até Garay, o infalível, ia oferecendo um golo aos algarvios. O Benfica acusou o toque e ficou ainda mais ansioso, começou a especular demasiado em frente à baliza e o Lima falhou um golo feito. No final, nova contrariedade: o Salvio, um dos melhores em campo, partiu o pulso e vai perder o resto da temporada.

Benfica vs Olhanense (Lusa)

E para a segunda parte, o pior: nós, adeptos, começámos a duvidar, começámos a calar-nos, a transmitir intranquilidade. Mas, para os últimos quarenta e cinco minutos, estava reservado o prato forte. Curioso que, numa equipa altamente dominadora, os dois golos surgiram de contra-ataque. O primeiro, aos cinquenta e sete minutos, chegou de recarga: o Rodrigo passou para o Gaítan, que chutou para defesa incompleta e apareceu o Lima, à matador, a soltar as amarras da época passada e a levar à loucura os quase 64.000 adeptos que foram à Luz. Ainda com a alegria em alta, surgiu o segundo: o Maxi recuperou a bola, passou no Lima, que correu, correu, correu, e atirou para o golo, com alguma ajuda do guarda-redes. E aí, ficou claro que este era nosso. A Catedral fez jus ao Inferno, e, até ao fim, já só esperou pelo apito final. O Campeão voltara.

Benfica vs Olhanense (Lusa)

O jogo valeu o título, e por essa razão, todos estão de parabéns, mas o destaque óbvio vai para o Lima. Falhou na primeira parte, mas soube manter a cabeça fria e, como um matador, apareceu na altura certa, a levar-nos à loucura. O Maxi, ontem, foi também ele Super. De resto, o destaque maior vai para a equipa como um todo, e para a sua união.

Benfica Campeão, a festa na Luz (Lusa)

Para qualquer pessoa com dois dedos de testa, este final é natural. Fomos de longe a melhor equipa, deixando os nossos rivais a milhas de distância. Começámos titubeantes, com os fantasmas da época passada a tomarem conta de nós, mas aos poucos e poucos eles foram desaparecendo, e fomos recuperando terreno até ao primeiro lugar. A meio da época, sofremos a maior perda humana da nossa história: o Rei Eusébio. Em sua memória, vencemos o Porto, chegámos ao primeiro e de lá não saímos. Este título é também Dele e do Capitão Coluna. Jogámos melhor, marcámos mais, sofremos menos, e ainda podemos ganhar tudo. Gloriosos. Maiores. Enormes. Levámos a festa a todo o país, provando que somos Maiores que Portugal. Simplesmente, Benfica. Temos agora a possibilidade de abrir novo ciclo de vitórias.

Benfica vs Olhanense (Lusa)

O título voltou a casa. E por cá vai ficar muito tempo.

Benfica 2-0 Olhanense
Lima (2)




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