O início de jogo foi uma amostra clara do que seria a primeira parte: um jogo muito lento, que seria feito de bastante paciência, com o Benfica a controlar, mas sem criar perigo, e o Arouca fechado atrás do meio-campo, mesmo sem nunca abdicar do contra-ataque. Foi por isso uma primeira parte pobre em oportunidades. Porém, houve tempo para duas perigosas jogadas: uma do Benfica, em que o Lima, sozinho, rematou contra o Cássio, e uma do Arouca, em que o Bruno Amaro "chapelou" o Oblak e o (Super) Maxi, o capitão de ontem devido à ausência do Luisão, cortou mesmo no limite da baliza. Nos últimos segundos dos descontos, e quando nada o fazia prever, os deuses do futebol resolveram recompensar o pesadelo provocado na época passada com o Estoril, e o Benfica abriu o marcador: o Lima ganhou na linha final, cruzou, o Cássio não se saiu bem, o Arouca não aliviou a bola, e Rodrigo apareceu para desviar para golo.
A segunda parte foi o tal crescendo. Com o golo marcado muito tarde, o Arouca teve de jogar mais aberto, e o Benfica, empurrado pelos 30.000 espectadores que fizeram do Estádio de Aveiro uma pequena Luz, chegaria ao golo bem cedo, logo aos dez minutos: o Markovic pegou na bola, arrancou, largou-a dentro de área para o Gaitan que fez o que só ele pensaria fazer: com muita classe, picou a bola perante a saída do guarda-redes. A partir daqui, o Benfica passou a controlar mais, mas sem nunca perder o rumo da baliza, sem nunca perder a chama que os adeptos iam transmitindo para dentro de campo. Pelo meio, pouco depois da hora de jogo, o Oblak, num choque com um avançado, perdeu os sentidos, mesmo que apenas por uns momentos, e teve mesmo de sair, devido ao traumatismo craniano. O ritmo quebrou e as equipas ficaram um pouco mais trapalhonas. Mesmo assim, a cinco minutos do fim, o Lima disparou potente, e só não deu golo devido a mais uma grande defesa do Cássio. Até ao fim foi só controlar, com o estádio em clima de festa total.
O melhor em campo foi, obviamente, o mestre Nico. Só mesmo ele para desequilibrar quando todos estavam fechados e cautelosos. Só ele para, num momento em que se pedia a tranquilidade, picar a bola por cima do guarda-redes, com aquela magia do rapaz que, antes de ser jogador, é um menino de Buenos Aires. Também destaco o Rodrigo, que está numa grande forma e voltou a marcar. Faço uma vénia gigante ao décimo segundo jogador, que empurrou sempre o Benfica para a frente, que pela primeira vez mostrou-me que os benfiquistas podiam pôr "tudo a saltar".
Faltam dois miseráveis pontos, ou seja, uma simples vitória. O título é já aqui. Já o cheiramos, já o vemos, já o tocamos. Ms, primeiro, é fundamental ganhar à escumalha corrupta, para depois nos concentrarmos no campeonato e, só depois, darmos à escumalha corrupta do Piemonte o tratamento que merecem. Domingo, todos à Luz, convidem até os fantasmas da época passada. Está na hora do Maior ressuscitar.
Arouca 0-2 Benfica
Rodrigo
Gaitan
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