Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.

Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.
Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio. Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014)

terça-feira, 28 de abril de 2015

"Wake Up", by Arcade Fire

Somethin' filled up
My heart with nothin'
Someone told me not to cry

Estimado leitor, ao ler o título deste post não se iluda: isto não é um "And Now for Something Completely Different" inédito neste blog, peço desculpa por estar a ocupar a sua atenção com assuntos bem mais irrisórios do que o Benfica (haverá algum assunto mais importante). Este post não é de facto sobr música. Este post é dirigido ao Benfica. O seu nome não é Benfica, por certo, estimado leitor. Contudo, eu sou Benfica, o leitor é Benfica, nós somos Benfica, e por isso peço-lhe que não pare de ler. Esta missiva é dirigida especialmente a todos nós.

***
Benfica, meu grande amor,

É a ti que dirijo estas palavras. Antes de começar a escrever, estava a ouvir a música "Wake Up", dos maravilhosos Arcade Fire. E vá-se lá saber porquê, aproveitei para pesquisar na net "Benfica". Só assim, "Benfica". Apeteceu-me, tão somente para ver quais as pesquisas que o Google te associa. Site do Sport Lisboa e Benfica, Sport Lisboa e Benfica - Wikipedia, etc, etc. E lá em baixo, já no final da página, deparo-me com links recomendados. "Benfica - Chelsea... Vou ver, não vou...". Fui. Estava a ouvir a música já referida (não te esqueças dela, Benfica; ainda me vai dar jeito). Comecei a ver: Benfica 1-2 Chelsea, adeptos desolados, jogadores a chorar, injustiça tremenda. Eu confesso, Benfica: um pouco de mim foi-se abaixo. Deu-me vontade de chorar.

Vem isto a propósito do quê, Benfica? Tenho que relembrar-te: já sofremos muito. Eu, ele, nós, tudo por ti. E mesmo que alguém me peça para não chorar, como dizem os Arcade, não consigo. Já sofri demasiado. Em 2013, desmoronou-se tudo em três jogos, e a glória europeia escapou-nos no último minuto; o ano passado, Portugal foi nosso mas, por amor de Deus, levámos mais uma facada na Europa. Já levei 5 do Porco, já fui eliminado pelo Braga, já perdi com o Guimarães, já levei com Kelvins, Ivanovics, Betos, etc, já me escapou no último minuto. E pior de tudo, Benfica, durante trinta anos aqueles porcos corruptos fizeram-nos sofrer, fizeram-nos sangrar, fizeram-nos suar, tentaram destruir-nos, cuspiram em cima de nós, fizeram-nos a folha tantas vezes. Já sofri demasiado às suas mãos, já os vi ganhar demasiadas vezes.

E chega, Benfica! O ano passado foi bom, mas este ano é diferente. É acabar com eles, é dar-lhes a estocada final com que a minha geração sempre sonhou. Benfica, por todas as vezes que choraste, que sangraste, que foste ferido quase de morte, que comeste pó, que ficaste para trás, que foste apunhalado pelas costas, por todos os dias que não pudeste cantar, não pudeste sorrir, que não pudeste gritar e festejar, por tudo isso dá cabo deles, Benfica.

Está nas tuas mãos cumprir o teu destino: Vencer, com V grande. Por favor, Benfica, por mim, por ti, por ele, por todos nós, sê aquele que nos pede, com um sorriso dos vencedores, para não chorar mais.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Razoável

Após o jogo, admito, estava enervado. O Benfica tem obrigação de vencer todos os jogos, para mais em casa. Fez um mau jogo, um jogo rijo, um jogo de suor. Pouco tentou fazer para marcar. Não ao nível apresentado em Alvalade, mas ainda assim muito pouco. Empatou. Passado um dia, continuo a achar que este foi um mau resultado: para além de ter sido um empate, perdemos uma excelente oportunidade de dar uma machadada final naqueles porcos, de dar o soco que os deitaria ao chão definitivamente. Não posso, contudo, de deixar de dizer: o Porco foi o grande derrotado. O Benfica continua na frente e depende dele próprio. Faltam quatro jogos, e tem de ganhar três para ser campeão. Está nas nossas mãos, e portanto o resultado de ontem pode ser considerado razoável, ou menos mau dadas as circunstâncias.


Há que dizer: o Benfica não tinha a vida facilitada. O Salvio não pôde jogar por lesão, e deu o seu lugar ao Talisca, que pouco ou nada atribuíu à equipa. O Lopetegui também entrou medroso, principalmente para quem precisava desesperadamente de vencer: encheu o meio-campo com quatro homens. Desde cedo se percebeu o que é que seria o jogo: muita raça, muita luta, mas pouca soltura. O meio-campo, como seria de prever, estava aglomerado de gente, e as oportunidades foram poucas. O Porco teve um pouco mais posse de bola, é certo, mas sempre infrutífera. O Glorioso, quando recuperava a bola, não conseguia sair para o ataque com a facilidade que vem sendo hábito nesta época. A partida tornava-se mais feia a cada minuto que passava. Em todo o primeiro tempo, o Benfica não fez nenhum remate, o corrupto apenas tentou uma vez, numa oportunidade perigosa do Jackson que saíu por cima da baliza. 


Na segunda parte, o jogo alterou-se um pouco: mesmo sem fazer alterações, o Benfica estava mais solto. O jogo continuava disputado e feio, é certo, mas notava-se os jogadores um pouco mais livres do que na primeira parte. Esta melhoria deve-se em grande parte à troca do Talisca pelo Fejsa: saíu um jogador que nada estava a fazer (nem defendia, nem atacava, nem lutava, nem corria) para dar lugar a um outro que, juntamente com o Samaris (que já estava a fazer um bom jogo), encheu o meio-campo e deu liberdade ao Pizzi para subir. O Porco pôs dois extremos: o Hernâni e o Quaresmaque, tirando um esforço físico acrescido do Eliseu (que passou para médio esquerdo com a troca do Pizzi com o André Almeida), nada de novo trouxeram ao jogo. Nos segundos quarenta e cinco minutos, contei três ocasiões de golo para o Benfica e uma para os porcos: do nosso lado, o Talisca cabeceou a rasar o poste; o Jackson respondeu com um cabeceamento perigoso; o Pizzi teve uma boa oportunidade à entrada da área, mas rematou sem força alguma (ainda para mais tendo o Gaítan ao lado); e, a seis minutos do final, o Fejsa teve uma ocasião soberana para acabar com o campeonato mas, tal como o Jackson, atirou por cima. Resumindo: um jogo para homens, duro, rijo, feio.

Benfica-FC Porto (Reuters)

Num jogo tão disputado e equilibrado, quase que se podia dizer que não houve destaques. E, de facto, não houve. Porém, há que realçar que o eixo central Luisão-Jardel-Samaris apresentou-se a excelente nível, e limpou qualquer investida adversária. Se este era um jogo para homens, porque não destacar os três bravos? O Maxi fez também um jogo à sua imagem: competente e lutador.

O resultado não foi o melhor, é certo. Mas é também certo que estamos numa excelente posição para vencer o bi-campeonato. Temos dois jogos em casa, em que é obrigatório ganhar (Penafiel e Marítimo) e dois jogos fora (Gil Vicente, já na próxima jornada, e Vitória de Guimarães). Tenho a certeza absoluta que o jogo de Barcelos será determinante, até porque ganhando lá, o Benfica até se pode dar ao luxo de não ganhar em Guimarães (jogo em que até acho que a vitória nos vai sorrir). Ganhando em Barcelos, o Glorioso fica a seis pontos do título, e poderá mesmo festejar em Guimarães. Espero ainda poder escrever antes do próximo jogo. A mensagem é clara: acabaram-se as desculpas, as lamechices, o choro. Benfica, é a ti que dirijo estas palavras: está na hora de cumprires o teu destino: VENCER.

Benfica 0-0 Porco

segunda-feira, 20 de abril de 2015

O Campeão voltou!

Muitos parabéns à equipa de hóquei! Mias uma vez, mostraram que são a modalidade mais à Benfica que existe! Era preciso ganhar ao clube corrupto? Muito bem. E não só ganharam como deram uma prova de força: 5-1! Esperemos que o futebol aprenda com o exemplo de luta de hóquei que, e faço uma vénia, em vinte e quatro jogos (faltam dois para terminar o campeonato), ganhou VINTE E TRÊS e empatou apenas um. Espectacular! À BENFICA!

Pragmatismo

O Benfica conseguiu superiorizar-se ao Belenenses, num dos jogos mais difíceis que restavam rumo ao 34º título da nossa história. Fez um jogo fraquinho, como tem sido hábito nas deslocações a terrenos adversários, mas com uma eficácia máxima e um inspirado Jonas amealhou os três pontos.


A grande surpresa no onze inicial foi a ausência do Salvio, que ao que parece contraíu uma pequena lesão muscular (que esperemos que não o afaste do jogo com o Porco). O início de jogo do Benfica foi forte: aos cinco minutos, um médio do Belenenses atrasou mal a bola; o guardião, pressionado pelo Lima, tentou atirar a bola para longe, só que o Jonas interceptou o corte e disparou para a baliza. Estava feito o 1-0 muito cedo, como em Vila do Conde, e tal como em Vila do Conde o Benfica adormeceu, caindo na estratégia do adversário. Abdicou do ataque e limitou-se a tentar controlar, algo que nunca chegou a conseguir. O Júlio César bem que se teve de aplicar e foi obrigado a duas boas intervenções, ambas na sequência de livres marcados pelo Carlos Martins. O intervalo chegou, e ainda bem, caso contrário talvez tivéssemos sofrido um golo.


A segunda parte começou como a primeira: muito bem para o Benfica. Passou a controlar o jogo definitivamente, e quinze minutos volvidos resolveu. O Nico cruzou, o Jonas dominou de peito e dentro de área fuzilou o guarda-redes. Mais uma vez, Jonas Pistolas resolve e já está a apenas um golo do melhor marcador do campeonato Jackson Martínez. A partir daí, o Belém perdeu o fôlego e o jogo ficou claramente inclinado a nosso favor. Não criávamos oportunidades de golo, é certo, mas eles também não. Além disso, deu para gerir os amarelos do Jonas e do Samaris. No final, o Belenenses ainda obrigou o Júlio a mais uma grande defesa à queima-roupa, mas já nada havia a fazer para o lado azul.


O grande destaque do Benfica já se começa a tornar repetitivo: Jonas. Está numa forma fenomenal, continua a marcar golos e a fazer jogar. É, para mim, a par do Jackson, o jogador mais decisivo da prova. Destaco também o Júlio César, que fez três boas defesas e foi decisivo.

Para a semana, é o jogo decisivo. Digam o que disserem, se o Benfica ganhar fica com via aberta para o título. Mais: ganhando ao Porco, só precisa de levar de vencida os dois jogos seguintes (com o Gil Vicente (fora) e o Penafiel (casa)) para se sagrar campeão nacional. Sigam o exemplo do hóquei. Há que não vacilar, e acabar com eles de uma vez por todas. Sejam BENFICA!

Belenenses 0-2 Benfica
Jonas (2)

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Festival

Este Benfica é lixado. Fora, faz jogos deprimentes. Ganha a maioria, é certo, mas nunca consegue dar provas da boa equipa que tem. Contudo, em casa, jogo após jogo, teima em demonstrar que joga muito bem. No sábado, deu mais uma lição de bola, desta feita contra a Académica. Cinco golos, que poderiam ter sido oito ou nove, já que o início foi completamente arrasador.

O início de jogo do Benfica foi nada mais nada menos um dos melhores inícios de jogo de que tenho memória. Aos oito minutos, o Pizzi marcou um canto curto, tabelou, cruzou e, de cabeça, o Jardel abriu o marcador. Mais uma vez, o mais bravo dos bravos provou que além de ser um bom defesa também marca muitos golos. Três minutos volvidos, o Benfica dilatou. Jogada tirada a papel químico, que culminou num cruzamento do André Almeida para o inevitável Indiana Jonas marcar de cabeça. E sete minutos depois, mais um golo: penalty muito bem concretizado por Lima. E o Benfica matou o jogo assim, em menos de nada. Durante os vinte e cinco minutos que faltavam até ao intervalo, o marcador não voltou a mexer, mas oportunidades não faltaram, principalmente uma belíssima combinação entre o Nico, o Jonas e o Maxi. A Académica nada tentou, portanto o resultado que se verificava ao intervalo era três a bola a zero.


Na segunda parte o Benfica voltou a entrar fortíssimo, empurrado pela enorme onda vermelha - praticamente 57.000 espectadores - e passados novamente oito minutos chegou ao quarto golo. Grande jogada individual do Mestre Nico, que passou no Jonas. Este tabelou com o André Almeida e fez com muita calma o golo. Bisou Jonas e além disso está já a apenas três golos de Jackson Martínez. Pouco depois, numa recuperação do Samaris, o Jonas poderia perfeitamente ter feito o quinto golo e respectivo hat-trick, mas chutou por cima. Com o jogo já resolvido, deu para o Jesus tirar o Samaris e dar lugar ao Fejsa, num emocionante regresso, e para o Maxi limpar o seu amarelo para o decisivo jogo com o Porco. Apesar do Glorioso estar sempre pertíssimo de marcar, foi a Académica que no seu único remate fez o seu primeiro golo. O público não arrefeceu e viria a ser recompensado com uma bomba do Fejsa para o quinto golo, ele que se emocionou ao marcar. A terminar, o Lima falhou um golo cantado e deu para o Jonathan se estrear pela equipa principal.


O melhor em campo foi claramente o Jonas. Mais uma vez voltou a esbanjar classe, mostrando que além de ser um matador e um grande jogador, luta com Jackson pelo prémio de melhor jogador da Liga. Pura classe. Que continue a esbanjá-la por todos os jogos. Contudo, fica a pergunta: onde está este Jonas nos jogos fora? O André Almeida fez também uma exibição muito competente, como é habitual, e a adicionar fez duas assistências, tantas como o Eliseu na época toda. Esperemos que seja ele o titular no jogo com o Porco. Realce também para o belíssimo regresso do Fejsa e para o super-motor que é Super-Maxi. O décimo segundo jogador foi também fundamental. Com o colinho de 57.000 pessoas não há quem nos pare.

Espero que na pequena mas difícil deslocação a Belém se mostre este Benfica, e não aquele horrível Benfica de Vila do Conde.

Benfica 5-1 Académica
Jardel
Jonas (2)
Lima
Fejsa