Sabemos que o nosso conceito de ‘normalidade’ mudou no momento em que o Benfica vence por 6-1 o Rio Ave, clube da primeira metade da tabela classificativa, e consideramos que é um resultado normal.
Foi com normalidade que ouvi consócios benfiquistas, no terceiro anel, dizer que esperavam na segunda parte do jogo outros tantos golos quantos os marcados na primeira parte (e assim aconteceu). Foi com normalidade que estava o resultado na meia-dúzia e as bancadas pediam “só mais um”. É com a mesma normalidade que nos apercebemos a meio do jogo de que acabáramos de ultrapassar a barreira dos cem golos marcados, nesta época, em competições oficiais. Dentro da mesma toada, aceitamos como normal termos em Lima o futebolista com mais golos marcados na época de estreia desde os tempos de Eusébio. Aceitamos como normal que neste jogo na Luz tenham estado mais espectadores do que no somatório de todos os outros jogos desta jornada. Chegar a esta normalidade foi e é um trabalho hercúleo.
No meio de toda esta normalidade, foi muito interessante observar a prudência com que todos nós, adeptos e profissionais, encaramos mais esta vitória que nos deixa mais perto de sermos campeões. A mesma prudência que nos leva a não entrar em euforias e a perceber que ao Benfica nada é oferecido e tudo é conquistado pelo trabalho árduo. Afinal, é com normalidade que percebemos que o arreganho da Académica se esgotou no jogo contra o Benfica e se transformou em docilidade no jogo contra o FCP. É com normalidade que nos preparamos para as xistremas, olegarices, proençadas ou o soaresdiasismos do costume. Estamos perto das meias-finais da Liga Europa, estamos perto da final da Taça de Portugal e estamos perto da vitória no Campeonato. É com normalidade que sabemos que estar perto não basta… é preciso ganhar, como sempre, contra tudo e contra todos.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 01 de Abril e publicado na edição de 05/04/2013 do jornal "O Benfica".
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