Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.

Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio.
Serás sempre parte do Benfica. Parte de nós. Adeus Deusébio. Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014)

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Enzo



Tão e simplesmente Enzo. Já tinha começado a escrever este texto há coisa de uma semana. Era fácil de prever que o Enzo ia sair: primeiro, não tem o aliciante de jogar na Europa; segundo, o Benfica está necessitado de dinheiro, entre outras (imensas) razões, por não estar em nenhuma competição europeia. Previsível, pois.

Contudo, não me conformo. Se há aquele jogador que é mais técnico, outro que é mais destrutivo, outro que é mais veloz ou ainda outro que defende como ninguém, há ainda uma nova categoria: o Enzo. O Enzo é um novo tipo de jogador que faz de tudo, parecendo que tem baterias infinitas. Enzo foi, para mim, durante estes dois anos e meio, o melhor jogador do mundo. Enzo merece tudo: pegar na bola, fintar uns quantos, fintar o guarda-redes, e gritar golo, enquanto todos nós, benfiquistas, o elevamos até à eternidade.

Além de tudo isto, Enzo tinha mais um acréscimo: se Luisão é o capitão e Maxi o jogador à Benfica, Enzo tem uma nova particularidade: faz-nos acreditar que ele é um de nós, um daqueles que vibra, canta, ri, chora, e que desde pequenino sonha em fazer a Luz vibrar de Manto Sagrado vestido. E o mais curioso, é que Enzo, não sendo um de nós, tornou-se um de nós, e fez tudo isto, vibrou, cantou, riu, chorou e, no meio disto tudo, ainda festejou um golo aos tripeiros com um invasor de campo.

Enzo, partiste, mas ficarás para sempre nos nossos corações. Um enorme OBRIGADO, e vê se num dia qualquer de vermelheiro, qual Dom Sebastião, voltas, para continuarmos, nós e tu, a ganhar tudo o que há para ganhar.


sábado, 27 de dezembro de 2014

Balanço do ano

Campeonato Nacional: Missão cumprida. O final de 2013 foi desastroso. O Porco venceu-nos no último minuto e a equipa parecia arrastar-se durante os primeiros meses da época 2013/2014. Contudo, a equipa soube reerguer-se e a partir de Janeiro de 2014, já com Oblak na baliza, o Benfica recuperou. Uma semana depois da morte do nosso Rei Eusébio, recebemos os tripeiros e metemo-los no bolso com uma grande exibição e vitória por 2-0. Três semanas depois, foi a vez dos lagartos e o mesmo resultado: 2-0. Até ao final da época foi um festival de uma grande equipa, que culminou na conquista do Campeonato, com sete pontos de avanço do Sporting e catorze (?) do Porco. Felicidade.

Taça de Portugal: Missão cumprida. Finalmente, dez anos depois, reconquistámos uma taça que devia ser sempre nossa. E que maneira de conquistá-lá! Recebemos os lagartos e metemo-los de fora com uma épica vitória por 4-3 e um hat-trick do nosso amado Tacuara. Depois nas meias-finais, com menos um, numa das vitórias mais épicas e bonitas que já vi, eliminámos os tripas com um 3-1. Na final, contra o Rio Ave, e apesar do nosso cansaço, arrecadámos mais um caneco para o Museu, com uma vitória por 1-0! Alívio.

Liga dos Campeões: Estranha campanha! Fizemos dez pontos, mas mesmo assim fomos eliminados. Contra o PSG fizemos três pontos e contra o Anderlecht ganhámos os dois jogos. Até aqui, tudo bem. Porém, uma péssima exibição na Luz levou-nos ao empate com o Olympiakos (1-1) e uma grande exibição do Roberto na Grécia encavou-nos (0-1). Desilusão. 

Liga Europa: No creo en brujas, pero que las hay, hay! Foi este ditado futebolístico que ficou no meu pensamento após mais uma derrota numa final, desta feita com o Sevilha. Antes, já houvera uma caminhada fácil até às meias-finais, contra adversários como o PAOK e o AZ Alkmaar. Chegados às meias, calhou-nos a tarefa de eliminar a anfitriã Juventus. Com um brilhante jogo cá e consequente vitória 2-1, e outro lá que passou a pertencer ao reino da epicidade (empate 0-0), chegámos à final. Nesse jogo, tivemos três suspensos (Enzo, Markovic e Salvio). A nossa derrota começou nesse roubo e acabou noutro: a garotice do Beto, na altura dos penaltis. Orgulho-seguido-de- frustração-seguido-de-raiva-seguido-de-orgulho-novamente-mas-chega-de-orgulho-eu-quero-é-ganhar!

Taça da Liga: Missão cumprida. Mais uma Taça da Liga para o Museu. Na fase de grupos, nada de especial. Nas meias-finais, vitória nos penaltis com os tripeiros lá, mais uma vez com menos um! Lindo! Na final, vitória indiscutível por 2-0 contra o Rio Ave. Tranquilidade. 

Supertaça: Competição de um só jogo que ganhámos apenas pela quinta vez. Massacre incompleto ao Rio Ave com quarenta remates e zero golos levou-nos para os penaltis. Aí, a besta Artur passou a bestial. Contentamento.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Mágico

Ontem a noite só podia se nossa. O Dragão costuma ser um terreno amaldiçoado para o Benfica. Ontem, porém, tudo nos correu bem: máxima eficácia, muito bem a defender e até a sorte do jogo, que tantas vezes nos costuma ser maldita, esteve do nosso lado. Finalmente, fez-se Luz no Antro.


Surpreendentemente, o Jesus optou por pôr o Lima em campo em detrimento do Jonas. Se foi por mero palpite ou por outra razão qualquer, pouco interessa. O que é certo é que essa aposta daria valiosos frutos, mas já lá irei. O jogo, deve-se dizer, começou mal para o Benfica. O André Almeida levou amarelo logo aos dois minutos e os nossos jogadores pareciam algo atarantados, como que a tentar perceber como parar todo aquela potência atacante. Com ou sem sorte, o Benfica resistiu até aos vinte minutos, e a partir daí o Porco começou a descer de rendimento. Aos poucos íamos mostrando capacidade de atacar, mas o momento mais perigoso do Porco até ocorreu nessa fase: aos trinta minutos, o Jackson, no coração da área, chutou e obrigou o Júlio César a fazer uma grande defesa. E acabou aí o Porto na primeira parte. Aos trinta e cinco minutos, o primeiro momento duma noite linda. Lançamento lateral perto da área adversária e à boa moda da era Jesus, o Maxi (grande marcação ao Brahimi!) lançou para o meio da área. A bola bate uma primeira vez no chão e, à matador, aparece nem mais nem menos que a surpresa Lima a dar um primeiro tiro nos tripas com um golo marcado com a anca! O Dragão calou-se com a explosão de alegria dos nossos leais adeptos. 


A segunda parte não podia ter começado melhor. O Porto estava totalmente anulado e quem ia aproveitando era o Benfica. E eis que, dez minutos volvidos do segundo tempo, o Benfica dá uma última estocada. Boa jogada do Gaítan, que perto da área entrega no Talisca. Este disfere um potente remate para defesa incompleta do Fabiano e, mais uma vez, qual caçador de dragões, aparece o Lima a bisar na partida e abater de vez os tripeiros. Nos minutos que se seguiram, o Glorioso manteve o controlo do jogo e aos sessenta e sete minutos o Lima podia ter feito o hat-trick, não fosse um corte in extremis do Alex Sandro. Tudo parecia correr de feição quando, a quinze minutos do final, o Luisão se lesionou. O César teve de entrar e na jogada imediatamente a seguir, o Jackson cabeceou à barra. Cinco minutos depois, num dos poucos erros do André Almeida durante o jogo, a mesma cena. E, depois disso, nada mais. E assim se fez história no antro corrupto.


Como maior destaque, tenho de escolher o Lima. Pouco fez durante o jogo, mas os golos definem um ponta de lança, e foi precisamente que ele fez ontem, no jogo mais importante desta época. Destaco também o Júlio César pela confiança que transmite à equipa, o Enzo, por ser o discreto fiel de toda a balança e o Gaítan, pela rebeldia, classe e irreverência. Aproveito também para desejar a todos os adeptos tripeiros um feliz Natal, da parte deste vosso amigo.

Ficámos sem a Europa, mas temos seis pontos de avanço dos corruptos e dez dos lagartos. Com alguma rodagem durante a época, diria que estamos muito bem encaminhados para o bi-campeonato. Contudo, pés bem assentes no chão, que qualquer distração poderá ser fatal.

Porco 0-2 Benfica
Lima (2)


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sofrido

Mesmo sem fazer um bom jogo, como já nos tem vindo a habituar esta época, o Benfica conseguiu arrancar uma vitória na Choupana, terreno tradicionalmente difícil, com muito crer e ambição, ainda que com pouca nota artística.

Mais uma vez, o Jorge Jesus voltou a apostar na dupla Lima/Jonas de início, com O Talisca a 8 e o Enzo a 6. Já se percebeu que esta táctica não resulta, porque o Enzo não se sente bem, e já se percebeu que o Talisca, com 10 golos em 14 jogos, vale mais a segundo avançado do que a médio. E se provas faltassem. Isso ficou confirmado aos 58 segundos, quando o Nacional, num lance muito mal defendido, abriu o marcador. Com muito esforço, e sempre tendo como base o talento individual, o Benfica lá foi respondendo. Aos catorze minutos, acabou por marcar golo. Bola na área para o Gaítan, cruzamento do mesmo para as costas da defesa e o Salvio, com o seu movimento tão característico, cabeceou e, com algum azar do guarda-redes, empatou o jogo. Nessa altura, o Glorioso finalmente cresceu em relação ao Nacional e, quinze minutos volvidos, na sequência de um canto, o Jardel desviou e o Jonas, novamente com alguma sorte deu a volta ao jogo. Até final do primeiro tempo, destaque para uma boa defesa do Júlio César e dum falhanço escandaloso do Salvio, de cabeça, à boca da baliza. 

A segunda parte começou como a primeira, com uma pequena diferença: o bom momento do Nacional prolongou-se até ao final do jogo. O Benfica mal conseguiu atacar e só através de um esforço tremendo e de alguma sorte é que a vitória se salvou. Aliás, nos últimos minutos, O avançado madeirense falhou um golo fácil. Com ou sem sorte, o que é certo é que fizemos os três pontos e mantemo-nos no primeiro lugar. E já se sabe: ganhar na Choupana não nos fará campeões, mas só seremos campeões se ganharmos na Choupana. Ganhámos também dois pontos ao mais que anunciado campeão e à equipa que proclama praticar o melhor futebol neste país, ficando com três e oito pontos de avanço dos mesmos. 

Não destaco ninguém em especial, porque todos tiveram de lutar e sofrer da mesma maneira.

Nacional 1-2 Benfica
Salvio
Jonas 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Benfica... Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és - crónica do mais triste dia

A aproximação de Vieira a PdC, qualquer que seja o ângulo pela qual a analisemos, representa a página mais negra da História do Sport Lisboa e Benfica. 

PdC - o corrupto-mor, Presidente de Palermo, rei da Camorra Futebolística, Arquitecto Maléfico dum sistema bafiento, odioso, corrupto, em que favores se fazem em troca de favores, onde se branqueia a violência e se esconde a Justiça, e que representa TUDO o que o Benfica não é, não foi e não será, ou então não será Benfica. 

Sim, sabemos que a Real Politik obriga a sacrifícios mas, caramba, não obriga a vender a alma ao Diabo.

Para andarmos de cabeça erguida, não temos outra solução que não seja afastarmo-nos do esgoto pestilento, corroído e doentio representado por PdC. 

A doença que transporta é contagiosa. Temos que combater este sistema dentro e fora de campo. Não podemos ser complacentes, não podemos ser promíscuos. A cada minuto temos que mostrar que somos feitos de outros valores, que o sangue que nos corre nas veias é vermelho, de paixão pelo Benfica, mas também de amor pela honra e pela verdade - porque só assim seremos Benfica. Não podemos sujar a nossa História e penhorar o nosso futuro fazendo alianças com a personificação do Mal. Ganhemos mas à Benfica, porque fomos, somos e seremos melhores, de uma ética irrepreensível, de uma gloriosa honestidade. porque os fins não justificam os meios. 

Como podemos esquecer o Pinto, o Guarda Abel, o Macaco, o Telles Canal Caveira, a fruta, o chocolate e o café com leite, os Calheiros, os Proenças, as viagens ao Brasil, as agressões, o Apito Dourado. Como?!

Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.

Este foi o dia mais negro, em o presidentezinho aceitou compactuar com o branqueamento e a corrupção, corrompendo assim o Benfica. 

E nós, cada um de nós que não esquecemos, que sofremos, que acreditamos, que temos como parte constitutiva de nós o nosso Benfica, ficaremos curvados perante tamanho desrespeito pela História limpa e honrada do nosso clube? 

Quem não se respeita, nunca será respeitado.

Hoje não foi apenas mais um dia, mas o dia em que o Benfica ficou mais pequeno pela mão de um presidentezinho que não o entende, que não o conhece, que não o respeita. Hoje foi o dia em que o Benfica, foi apenas benfica. 

Mas a redenção é possível, o Benfica pela mão de muitos de nós, a sua imensa, fiel e incomparável massa associativa, renascerá de cara e corpo limpo, enfrentado com um orgulho muito seu aqueles que o maltratam, e de novo e em Glória será BENFICA.

VIVA O BENFICA!

P.S - A convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária JÁ! URGENTE!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Goleada

Não há título melhor para esta crónica que o acima. O Benfica não jogou particularmente bem, mas depois de marcar o primeiro golo a quinze minutos do fim, arrancou para uma vitória expressiva.

Sem Enzo, e com o Gaítan visivelmente desgastado, percebeu-se desde cedo que o jogo ia ser complicado. O Talisca não é claramente Enzo e o Samaris não pode estar em todo o lado. O Derley ainda ia compensando aqui e ali, mas não era suficiente. O primeiro remate do Benfica surgiu apenas aos vinte minutos, e só não chegámos ao intervalo a perder porque o Artur fez três grandes defesas. Na primeira parte, ainda destaque para dois bons remates do Talisca, a grande surpresa do campeonato, e para a lesão do Lima e a entrada do Jonas.


Na segunda parte, apesar dum bom início do Arouca, o Glorioso mostrou-se bem melhor, apesar de um nervosismo estúpido. Num lançamento lateral, o Lisandro Lopez (opção bem melhor que Jardel) atirou ao poste e na recarga o Jonas permitiu uma grande defesa ao guarda-redes. Com o passar do tempo, o Arouca foi sentindo o cansaço e o Benfica foi-se aproveitando disso. Aos setenta e cinco minutos, finalmente, o golo: tabela entre Derley e Talisca, com este último a fuzilar em frente à baliza, tornando-se à sétima jornada o melhor marcador do campeonato. A partir daí, foi o festival: grande jogada de Salvio que ofereceu ao Derley para o segundo, cruzamento de Ola John para o Salvio marcar de cabeça e, a dois minutos do fim, mais um cruzamento do Ola John para a estreia a marcar do Jonas.


Os melhores em campo foram o Talisca, pelo papel preponderante que teve ao desatar o nó do jogo com o golo, o sexto no campeonato, e o Derley, que esteve sempre muito dinâmico, fazendo uma assistência e marcando um golo. O Ola John também esteve bem e o Samaris mostrou-se bem melhor que noutros jogos. 

Para uma equipa que nem contava para o Totobola no início do campeonato, um primeiro lugar, 19 pontos em 21, 19 golos marcados e apenas 4 sofridos não é nada mau. Jogando mal ou bem, com mias ou menos sofrimento, estamos em primeiro. E assim espero continuar.

Benfica 4-0 Arouca
Talisca
Derley
Salvio
Jonas


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Desorganizados

Já era de esperar que o Zenit, com muitas caras conhecidas, criasse muitas dificuldades ao Benfica. Uma má preparação do jogo e o nervosismo de muitos jogadores levaram à perda de três pontos.

O jogo não podia começar pior: aos cinco minutos, numa perda de bola do Jardel, o Zenit lançou o contra-ataque rápido e pôs a bola no Hulk, que isolado e perante a pouco convicta oposição do Artur abriu o marcador. A partir daí, foi sempre a descer até aos vinte minutos. Apesar dum bom cabeceamento do Nico, a equipa estava nervosa e desligada da corrente. Aos vinte minutos, em mais uma perda de bola do Jardel, o Danny isolou-se perante o Artur, que já depois de fintado, deu-lhe um chega-para-lá e acabou, obviamente, expulso. Saída do Talisca (fora do jogo, após o hat-trick em Setúbal) e entrada do camarada Paulo Lopes. Na sequência do livre do Hulk, canto para os russos e golo do Witsel. Até ao intervalo, pouco ou nada mais aconteceu, com a equipa a tentar recompor-se. 


Após o intervalo, a equipa entrou algo melhor. Apesar de fazer tudo em esforço, estava melhor. O Luisão obrigou o guarda-redes deles a fazer uma grande defesa e o defesa deles cortou uma bola in extremis do Lima. Contudo, eles também podiam ter ampliado, nomeadamente num remate ao poste do Hulk, pelo que o resultado se ajusta. Mas o momento mais bonito do jogo foi a dez minutos do fim e até ao final do jogo: os adeptos de todo o estádio renderam-se ao esforço da equipa cantando até o fim "Eu amo o Benfica". Um dos momento mais bonitos e únicos que presenciei em muitas vez que já lá fui.


Não há grandes destaques individuais, por isso vou destacar os adeptos, que se mostraram benfiquistas até à últimas circunstâncias. Também de louvar o esforço do Samaris.

Benfica 0-2 Zenit




sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O perigo

Ele marca um, ele marca dois, ele marca três e nós cantamos outra vez:

Alto. Lento. Tosco. Preguiçoso. Muitas vezes o comum do adepto não conseguia acertar na descrição. E então dizia destas baboseiras. Esquecia-se muitas que ele era, acima de tudo, letal. Cardozo era o golo. E ponto final. Filho do cruzamento entre a frieza e o golo, Cardozo chegou ao Benfica em 2007. Desajeitado como parecia, ninguém daria um chavo por ele. Mas Cardozo tinha aquela mania de nos fazer calar a todos. E começou a marcar. E a marcar. E a marcar. Até ao fim.


Tenham cuidado, ele é perigoso,

Fico envergonhado só de pensar que vi o Estádio da Luz assobiar o nosso Tacuara. Ainda assim, todos sabíamos que por muito que estivesse desaparecido, Óscar nunca o estava. Como uma águia real, Cardozo vigiava a presa até ao melhor momento. Nessa altura, como num voo a pique, atacava. E o resto já se sabe. O terror no olhar adversário. A alegria no nosso. O êxtase. E a tranquilidade no seu olhar, como se fosse apenas mais um dia no escritório. Apenas a sua obrigação. Cardozo matou o Sporting, feriu mortalmente o Porto, em Portugal ninguém lhe passou ao lado. Lá fora, deu-me a alegria suprema de chegar a uma final europeia com o Fenerbahce. Como os grandes da nossa história. 


Ele é o Óscar Tacuara Cardozo!

Porque é isso que ele é. Um grande da nossa grande história. O melhor marcador estrangeiro do Sport Lisboa e Benfica. 172 golos. Aquele que por muitas vezes carregou-nos às costas, nos salvou como neste ano. Vieira acha que o Benfica começou com ele. Mas daqui a cem anos ninguém se vai lembrar de Vieira, nem de Jorge Jesus, nem de tantos outros. Mas lembrar-se-ão de Óscar Tacuara Cardozo. E por isso, toda esta situação é um crime lesa-Benfica. Pelo que fez dentro de campo, com os seus golos. Pelo que fez fora de campo, como seguir o Rei até à sua sepultura final, pousando-lhe o nosso símbolo por cima. E aí, Cardozo confundiu-se com os heróis. Entrou para sempre para o nosso panteão. Deixou de ser apenas Tacuara. Passou a ser Óscar Tacuara Benfica Cardozo. Para sempre. A letras douradas. Ou rubras, quem sabe.


Qualquer dia, no Estádio da Luz, um avançado perneta falhará um golo feito. Muitos se lembrarão dele, como eu, e pensarão para si, baixinho: O Cardozo era f***do. 

Obrigado amigo e camarada Cardozo. Muito obrigado e até sempre. Nunca te esqueceremos.

P.S - Oblak, Siqueira, Garay, Rodrigo, André Gomes, Ivan Cavaleiro, Cancelo, Bernardo Silva (Benfica madr in Benfica, han?). Contratações absurdas, como Luis Felipe, Victor Andrade, Bebé, Candeias, Djavan. Mas o Cardozo? Isso é ir ao mias fundo do ser. Demita-se já presidente Vieira. Espero estar muito enganado e que Leonor Pinhão esteja certa, mas isto faz-nos voltar vinte anos para trás!



terça-feira, 8 de julho de 2014

Da falta de carácter


Reza a lenda que, certo dia, José Mourinho entrou no gabinete de Manuel Vilarinho, exigindo garantias que ficaria no ano seguinte, sob pena de sair do clube. Manuel Vilarinho respondeu-lhe: "Então saia".

Por vezes os jogadores, funcionários, dirigentes, esquecem-se que trabalham no maior clube do Mundo. Que como este não há igual. E que acima dele não há mais nada. Nem mesmo Eusébio, que até andou lá perto, lhe osou ser igual.

Oblak, se te esqueceste quem te levou à ribalta, tudo bem. Se te esqueceste quem te perdoou as brincadeiras do início do ano passado, tudo bem. Se adormeceste à sombra do prémio de melhor guarda-redes, tudo bem. Se queres fugir sem avisar, tudo bem. Mas nem penses em voltar. Nem penses, sequer, a olhar para o nosso sagrado solo. Nem a pensar nele.

Vai, e não voltes. Ao contrário dos outros, a porta não está aberta para ti. Apesar de toda a ajuda. Porque maior que o Benfica não há!

Lazar Markovic


Magia, pura magia. Velocidades estonteantes. E um momento de magia como o acima. Um momento para a eternidade. O único golo que não festejei no Estádio da Luz, tão e somente porque me limitei a levantar e bater palmas à sua genialidade.

Obrigado Lazar. Foi um prazer. 

Notícia de última hora: Alfredo Di Stefano reforça a seleção celestial, juntando-se assim ao Capitão Coluna, a Garrincha e ao Rei Eusébio, este último seu grande amigo.


Que descanse em paz.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A minha seleção

E começou o Mundial do Brasil, com a vitória do dito cujo frente à Croácia por 3-1, com uma arbitragem bastante polémica. Vejo a cara dos meus amigos, extasiados com a seleção a que chamam vulgarmente de todos nós.

Não partilho da sua droga maravilhosa. A minha seleção não foi toda ao Mundial, ainda que merecesse. Aliás, reformulando, a minha seleção tem várias seleções. O onze-tipo de seleções seria Eslovénia, Uruguai, Brasil, Argentina, Brasil, Sérvia, Argentina, Argentina, Sérvia, Brasil e Espanha. Mais uns Portugal, um Paraguai, outra Argentina, etc. Bastante multicultural, como vêem. 

Somos mais que uma nação. Somos 15 milhões ou mais. 

Já adivinharam, sou do Benfica. Sou da raça, do querer e da ambição. Sou gloriosamente enorme. Sou a mística. Sou Cosme Damião, Eusébio, Torres, Simões, JVP, Rui Costa, Isaías, Humberto Coelho, Vítor Paneira, Luisão, Cardozo, Maxi. Sou o míssil de Eusébio, a finta de Aimar, a panenka do Gaítan, o génio do Markovic, os golos do Cardozo, a careca do Luisão, o carrinho do Maxi. Sou Berna 61 e Amsterdão 62. Sou 33, 25, 5, 4, 2. 

Não é fácil ter dois amores, já dizia a música. E por isso quando se ama alguém com tanta força quanto eu amo o Benfica, não é fácil partilhar das mesmas emoções dos outros palermas. Não ficaria triste se Portugal caísse perante a Argentina com um golo de Enzo ou Garay. Dava todos os títulos mundiais de Portugal se esta equipa do Glorioso ficasse para o ano ou se me garantissem o próximo campeonato. Sinto-me mais da seleção de Markovic ou Enzo que de Pepe ou Bruto Assassino Alves.

Ostracizar-me-ão. Aceitarei, mas com uma contrapartida. Que me deixem voltar ao Estádio da Luz no dia do jogo. Ao meu país. À minha nação. Aos meus conterrâneos. Que me deixem aplaudir os meus bravos uma última vez.

Já agora, quando é que começa a pré-época?

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Triplete

Maravilhoso! A única palavra para descrever esta época, e mais especificamente o seu final. Depois da derrota na final da Liga Europa, a equipa mostrou que, ao contrário da época contrária, se sabe levantar das cinzas. Alcançaram um feito inédito, isto é, vencer as três competições nacionais pela primeira vez na história de Portugal. Memorável? Absolutamente.


Com a equipa de volta à máxima força, o Benfica mostrou que estava ferido, mas vinha para ganhar. Entrou muito pressionante e a primeira parte teve como sentido único a baliza do Rio Ave. Mesmo sem rematar muito, o golo parecia cada vez mais iminente. E foi aí que apareceu o Nico. Pouco depois dos quinze minutos, o Gaitan dominou a bola com o esquerdo, puxou para o direito, e com um pontapé fenomenal atirou ao ângulo direito da baliza. Logo a seguir, podíamos ter ampliado, mas o Garay permitiu uma grande defesa ao guarda-redes adversário. Até ao fim, menos oportunidades, mas o mesmo domínio.


Cinquenta e sete jogos são muitos jogos. Pesam nas pernas. E isso notou-se e bem na segunda parte. O Maior entrou cansado e os vila-condenses acordaram e aproveitaram-se disso. Aos sessenta e três minutos atiraram ao poste e, pouco depois, obrigaram o Oblak a fazer uma grande defesa. No canto consequente atiraram muito perto. Mas como quem não tem pernas vai buscar umas novas ao fundo da alma, o Campeão aguentou. E a partir de certo ponto limitou-se a aguentar. E conseguiu-o até ao fim. Estava conquistada a 25ª Taça de Portugal.


Os destaques do jogo vão para o Oblak, pela concentração e as boas defesas, e para o Gaitan. Porque ninguém paga para ver os Bruno Alves deste mundo. Paga-se para ver os Nicos. E ele faz sempre questão de nos lembrar disso. E ontem, com um grande golo, até decidiu a final.


Que época memorável! Tal como uma fénix, e a voar tão alto como uma águia, o Benfica deixou para trás os fantasmas de Maio de 2013 e a poucos e poucos atreveu-se a ser feliz. E resultou. O sucesso europeu ficou às portas? É verdade. Mas mesmo assim cá dentro comemos tudo e não deixámos nada. À Benfica! 

Benfica 1-0 Rio Ave




sexta-feira, 9 de maio de 2014

Grandes

E a primeira já cá canta. Foi com uma vitória meritória e com um jogo muito superior ao seu opositor vila-condense que o Benfica conseguiu vencer a quinta Taça da Liga em sete edições e ganhar um novo fôlego para as próximas duas finais.


Contudo, apesar da nossa superioridade, o Rio Ave começou por mostrar-se um adversário bastante incómodo. Apesar de estarmos a jogar na máxima força, o nosso oponente entrou muito bem, e não fosse uma gigantesca defesa do Oblak, até poderíamos ter sofrido um golo com apenas cinco minutos jogados. No entanto, a pouco e pouco o Benfica foi mostrando porque estava em todas as finais possíveis e porque era o campeão em título, e foi assumindo o controlo do jogo. A cinco minutos do final do primeiro tempo, numa belíssima jogada de entrosamento colectivo, o Rodrigo permitiu uma grande defesa ao guardião vila-condense Ventura. Na sequência desse canto, o Rúben desviou de cabeça à entrada da área e a bola caiu nos pés do Rodrigo, que não perdoou.


A segunda parte foi uma continuação do domínio final da primeira, mas neste tempo as oportunidades sucederam-se, com o Ventura a fazer uma grande exibição. Talvez a oportunidade mais flagrante tenha sido quando o Maxi roubou a bola ao meio-campo, serviu o Gaitan, que isolado, chutou com mais força que com jeito e permitiu mais uma defesa ao guarda-redes. Assim, não foi de espantar que o Enorme tenha dilatado a vantagem. A doze minutos do fim, o Benfica ganhou um livre cobrado para a área, onde apareceu o capitão Luisão, gigante como sempre, a saltar mais alto que tudo e todos, incluindo o próprio Ventura, e cabeceou para golo. Ainda houve tempo para mais um, mas o Lima não conseguiu dar a correcta direcção à bola após grande trabalho do Rodrigo. Estava entregue o caneco, e para finalizar foi bonito ver o Sílvio levantar a taça, antes da volta olímpica.


Na minha opinião, a exibição foi tão sólida que não houve um destaque individual de renome. Podemos dizer que o Garay e o Luisão foram novamente uma dupla de centrais irrepreensível e o Enzo fez uma segunda parte à Enzo. O Rodrigo também esteve a alto nível, e mostra que será muito mau se se for embora.

Esta taça ainda que muitos a desprezem, é uma taça que vale tanto como as outras em termos estatísticos. Além disso, é a nossa taça, como o provam as cinco vitórias em sete possíveis. Porém, ganhava uma importância maior porque serve de embalo para as próximas finais, dando uma confiança acrescida à equipa. Agora, resta-nos gerir no Dragão e esperar pelo Dia D, 14 de Maio, em Turim.

Benfica 2-0 Rio Ave
Rodrigo
Luisão 





sexta-feira, 2 de maio de 2014

Bravíssimos

Oblak, Maxi, Luisão, Garay, Siqueira, Ruben, Enzo, Gaitan, Markovic, Lima, Rodrigo, Suljemani, Salvio e André Almeida. Decorem estes nomes. Repitam-nos bem alto. Acrescentem no final desses catorze o nome Benfica. Foram estes os catorze bravos que ontem, mesmo a jogar meia hora com dez e oito minutos com nove, conseguiram levar bem alto a águia que envergam ao peito. Foi um empate com sabor a vitória arrancado a ferros. Foi, simplesmente, Benfica.


E foi com aqueles primeiros onze homens que o Benfica iniciou o jogo de ontem. E até começou bastante bem. Logo aos dois minutos, o Rodrigo, na sequência de um lançamento lateral, atirou com perigo, mas a bola embateu no corpo de Martin Cáceres. Aliás, ao contrário daquilo que se esperava, o Benfica entrou muito bem no jogo, sempre a pressionar em cima dos italianos. Contudo, a poucos e poucos, a Juventus foi crescendo e, como seria de esperar, assumiu as rédeas do jogo, mesmo sem criar muito perigo. As melhores oportunidades foram um remate sobre a baliza do Vidal e o momento do jogo: já a terminar, o Vidal cabeceia dentro de área, com o Oblak batido, mas eis que aparece o comandante daqueles bravos, o nosso capitão, Luisão, a cortar em cima da linha. Fazia falta o intervalo ao Benfica.


A segunda parte começou como a primeira, com o Glorioso a pressionar algo mais, e só não chegou ao golo porque o Rodrigo, sozinho na área, atirou por cima da baliza de Buffon. Mas, quando o jogo parecia ter estabilizado num equilíbrio, aparece o árbitro do encontro para tomar o protagonismo, e de maneira exageradíssima, consegue expulsar o signore Enzo em cinco minutos. Como era possível que o que mais merecia a final, o que mais luta, o que mais dá à equipa, perder a final? Não era justo, e a equipa apercebeu-se disso. Jesus tirou o Lima e fez entrar o Almeida, a equipa arregaçou as mangas, cerrou os punhos, beijou a grande águia do seu símbolo e seguiu em frente. Havia uma meia-final para ganhar, com ou sem Enzo. E como defender bem também é uma arte, o Glorioso decidiu virar Picasso. E defendeu a sua preciosa vantagem até ao fim. Pelo meio, entrou o Suljemani pelo Markovic e o Salvio pelo Gaitan. E, apesar de me ter parado o coração num golo bem anulado à Juventus, o Benfica não permitiu nada. E mesmo quando o árbitro expulsou mal o Markovic, já no banco, percebia-se que este Benfica não ia morrer ali. E mesmo quando o Garay saiu mais cedo devido a um corte no lábio e ficámos a jogar com nove, percebia-se que ontem não havia mesmo quem parasse o Benfica. E quando o inglês apitou para o fim, foi lindo de se ver. Foi uma explosão de alegria enorme. Foi o libertar das correntes do passado. Foi o reencontro connosco próprios. Foi, numa palavra, Benfica! O Glorioso, o Maior, o Enorme Sport Lisboa e Benfica.


Foi uma exibição colectiva linda, de valor. Foi uma exibição de onze homens, que passaram a catorze, que, sinceramente, me levariam a morrer com eles. No entanto, há que destacar a defesa como um todo, e principalmente dois: Oblak, porque é frio, é seguro, e ontem foi um guarda-redes enorme e um enorme guarda-redes; e como não podia deixar de ser, o gigante Luisão, que ontem, fez de tudo. Comandou-nos, fez o corte do jogo, e, no fim, foi ele que, com muito orgulho, com muito amor, foi mostrar a todo o Juventus Estadium o símbolo do Maior. O símbolo do Benfica. Que ele também passou a ser. Este jogo, por tudo o que foi feito, por todas as dificuldades, entra directamente para a centenária história do Sport Lisboa e Benfica. É daquelas coisas para contar aos netinhos, daquelas vitórias que não se esquecem.


Apesar da vitória, acabámos a perder três jogadores nucleares para a final. Contudo, quem quer que jogue, mesmo que seja o "Manel", há de saber honrar a camisola que têm no corpo. E, desta vez, contra os espanhóis do Sevilla, é para devolver o Benfica à rota da Europa. Principalmente, porque vocês merecem tudo. Porque vocês, jogadores, com a nossa ajuda, são uma equipa de raça, querer e ambição. Têm aquela fome de vitórias tão característica do Glorioso. E, principalmente, são um grupo tão unido, são todos tão maravilhosos que, se fosse preciso, iríamos convosco até aos confins do Inferno, só para vos ajudar a subir. Porque foi precisamente isso que aconteceu entre Maio de 2013 e o mesmo mês de 2014. Obrigado Oblak. Obrigado Maxi. Obrigado Luisão. Obrigado Garay. Obrigado Siqueira. Obrigado Ruben. Obrigado Enzo. Obrigado Gaitan. Obrigado Marko. Obrigado Lima. Obrigado Rodrigo. Obrigado Suljemani. Obrigado Salvio. Obrigado André. Obrigado Benfica!

Juventus 0-0 Benfica (ag 1-2) 




terça-feira, 29 de abril de 2014

Força!

1- A Juventus é uma grande equipa, verdade seja dita. É, tal como o Benfica, um histórico europeu. E, tal como a malta lá do Norte, são os mestres corruptos, que vivem no país mais corrupto da Europa, e que até já desceram de divisão por corrupção activa.

2- O presidente da UEFA é a antiga glória juventina Michel Platini, que tem tanto de bom jogador como de larápio.

3- A Juventus, de forma algo surpreendente, resolveu "processar" o senhor Enzo por uma suposta agressão. E a UEFA já avisou o Benfica que tem até às 21 horas de hoje para se defender.

Serve isto para desejar à equipa as maiores felicidades. Vão jogar ao maior antro corrupto do mundo, num ambiente terrivelmente adverso. Vão fazer de tudo para que a Juve ganhe. Vão-nos tentar tirar o Enzo, ao mesmo tempo que resolvem não ver um penalty escandaloso sobre o mesmo na primeira mão. No entanto, com ou sem Enzo, que o espírito de grupo desta equipa prevaleça, e que seja a maior inspiração para que cheguem à final. Por enquanto, eles que vejam este vídeo. Uma palavra:soberbo!


P.S. - A bandeira da corrupção tem três cores: azul, preto e branco!

domingo, 27 de abril de 2014

Lindo

Não foi um jogo fácil aquele que fizemos ontem. Mais uma vez, tivemos uma hora a jogar com dez, mais uma vez, tivemos de sofrer muito. Mas, mais uma vez, fomos Benfica. E como ficou provado, muitas vezes isso basta.

Como seria de esperar, o Benfica resolveu entrar com muitas poupanças, já a apontar ao jogo em Turim. De destacar a inédita dupla de centrais e um meio-campo com Gomes, Ruben, Suljemani e Ivan Cavaleiro. O jogo até começou com um certo pendor ofensivo do Benfica, mas depressa se desvaneceu, porque o Porto começou a crescer aos poucos. As coisas ficaram piores quando, à passagem da meia-hora, o Steven Vitoria fez uma falta à entrada da área e foi expulso, ele que já estava a fazer um péssimo jogo. Saiu o Lima, que deu entrada ao Garay. O Porco cresceu muito, mas o Maior, quando menos se esperava, voltou a mostrar a sua solidez e o brio e solidariedade da equipa, marcas bem visíveis deste Benfica. O encontro chegou ao intervalo a zeros.


A segunda parte, apesar do domínio tripeiro foi menos intensa, teve poucos remates e, com a entrada do Markovic, até poderíamos ter marcado um golo. Não foi, por isso, com grande espanto que o empate se manteve até ao final e o jogo se encaminhou para os penaltis. Aí, convém ter bons guarda-redes, mas nesse aspecto ambos os lados estavam bem servidos. Por isso, ganhou quem falhou menos. E, claro, ganhou o Campeão dos Campeões. Marcou o Siqueira. Marcou o Quintero. Falhou o Garay. Falhou o Jackson. Marcou o Jardel. Marcou o Ghilas. Falhou o André Gomes. Falhou o Maicon. Marcou o Senhor Enzo (Enzo, para os amigos). E marcou o Varela. E fomos para morte súbita. Aí, o Ivan marcou. E o amigo Fernando falhou. Estava consumada a vitória.


Não ha nenhum destaque individual, tirando o Steven pela negativa, mas vale apena destacar o espírito de grupo e a fortaleza deste Benfica, que mais uma vez provou que o ser Benfica, o brio, valem mais que tudo o que possam trazer. Joguemos assim em Turim e, mesmo em caso de derrota, sairemos sempre de cabeça erguida. Estamos também a caminho dum triplete nacional inédito. Duas finais contra o Rio Ave, para enfrentar com respeito.

Porco (3) 0-0 (4) Benfica


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Campeões

Foi um jogo igual ao Campeonato: teve altos, baixos, uma primeira parte mais sofrida, apesar das inúmeras oportunidades para selar o resultado e o título. Os jogadores decidiram crescer na segunda parte - como na segunda volta - o que resultou no único desfecho possível: a felicidade máxima de sermos campeões. Em nome do Rei. Em nome do Monstro.


A alegria e o orgulho imenso que sinto por pertencer a esta família, à família benfiquista, não podem ser descritas em palavras. Mas talvez o rosto das pessoas com que me cruzei após o jogo ande lá perto. Rejubilo com o facto de ver festejos do Norte ao Sul de Portugal, no Luxemburgo, Bélgica, Paris (no Arco do Triunfo, pois claro), em todas as ex-colónias portuguesas, em Londres, e em todo o local em que haja um benfiquista. Alegro-me com a emoção no rosto de todos, mas principalmente dos jogadores, que mesmo sendo estrangeiros, conseguem perceber a importância deste título, a importância do Manto que vestem, e que percebam que nada toca mais o benfiquista que ver os seus jogadores descerem do autocarro só para estarem com eles. Emociono-me por saber que as lágrimas vertidas pelo final da época passada continuam, mas são agora de alegria. Sinto, felicíssimo, que Eusébio e Coluna estão orgulhosos e a sorrir, onde quer que estejam. Este título também é Vosso. E também é nosso, adeptos. Pelo que sofremos no início, por nunca termos desistido da equipa, por termos conseguido, na segunda volta do campeonato, ter criado uma gigante onda vermelha. A todos, o meu enorme Obrigado!

Benfica Campeão, a festa na Luz (Lusa)
No entanto, antes da festa se soltar ao país e ao Mundo, com epicentro no Marquês de Pombal, ele que também vestiu de vermelho (literalmente), houve um jogo. Nada fácil, mesmo nada fácil. O adversário, o Olhanense, quase que parecia querer estragar a festa, tal foi o autocarro imposto na sua baliza. E o Benfica, tão calmo na maioria dos jogos, começou a tremer. Começou a falhar. Primeiro o Gaítan, aos dois minutos, a permitir o corte in extremis a Luís Filipe, um velho conhecido. Depois, o Rodrigo, em vez de rematar, mandou uma rosca. E até Garay, o infalível, ia oferecendo um golo aos algarvios. O Benfica acusou o toque e ficou ainda mais ansioso, começou a especular demasiado em frente à baliza e o Lima falhou um golo feito. No final, nova contrariedade: o Salvio, um dos melhores em campo, partiu o pulso e vai perder o resto da temporada.

Benfica vs Olhanense (Lusa)

E para a segunda parte, o pior: nós, adeptos, começámos a duvidar, começámos a calar-nos, a transmitir intranquilidade. Mas, para os últimos quarenta e cinco minutos, estava reservado o prato forte. Curioso que, numa equipa altamente dominadora, os dois golos surgiram de contra-ataque. O primeiro, aos cinquenta e sete minutos, chegou de recarga: o Rodrigo passou para o Gaítan, que chutou para defesa incompleta e apareceu o Lima, à matador, a soltar as amarras da época passada e a levar à loucura os quase 64.000 adeptos que foram à Luz. Ainda com a alegria em alta, surgiu o segundo: o Maxi recuperou a bola, passou no Lima, que correu, correu, correu, e atirou para o golo, com alguma ajuda do guarda-redes. E aí, ficou claro que este era nosso. A Catedral fez jus ao Inferno, e, até ao fim, já só esperou pelo apito final. O Campeão voltara.

Benfica vs Olhanense (Lusa)

O jogo valeu o título, e por essa razão, todos estão de parabéns, mas o destaque óbvio vai para o Lima. Falhou na primeira parte, mas soube manter a cabeça fria e, como um matador, apareceu na altura certa, a levar-nos à loucura. O Maxi, ontem, foi também ele Super. De resto, o destaque maior vai para a equipa como um todo, e para a sua união.

Benfica Campeão, a festa na Luz (Lusa)

Para qualquer pessoa com dois dedos de testa, este final é natural. Fomos de longe a melhor equipa, deixando os nossos rivais a milhas de distância. Começámos titubeantes, com os fantasmas da época passada a tomarem conta de nós, mas aos poucos e poucos eles foram desaparecendo, e fomos recuperando terreno até ao primeiro lugar. A meio da época, sofremos a maior perda humana da nossa história: o Rei Eusébio. Em sua memória, vencemos o Porto, chegámos ao primeiro e de lá não saímos. Este título é também Dele e do Capitão Coluna. Jogámos melhor, marcámos mais, sofremos menos, e ainda podemos ganhar tudo. Gloriosos. Maiores. Enormes. Levámos a festa a todo o país, provando que somos Maiores que Portugal. Simplesmente, Benfica. Temos agora a possibilidade de abrir novo ciclo de vitórias.

Benfica vs Olhanense (Lusa)

O título voltou a casa. E por cá vai ficar muito tempo.

Benfica 2-0 Olhanense
Lima (2)




quinta-feira, 17 de abril de 2014

Épico

Absolutamente épico. Este jogo vai directamente para um dos maiores lugares na minha memória. Foi quase um conto que se conta às crianças em que o Bem, de forma espectacular, suplanta o Mal. Apenas um Benfica enorme, um Benfica à Benfica, lutador e inteligente, seria capaz de superar este desafio perante todas as adversidades que se lhe opuseram. E sim caro leitor, o Benfica fez jus ao seu nome.


As alterações para este jogo foram as típicas na Taça de Portugal: Artur, Salvio e Cardozo em detrimento de Oblak, Markovic e Lima, e Jardel no lugar de Luisão devido à lesão do capitão. E para ontem, o mestre Jesus deixou-nos uma surpresa: André Gomes em detrimento do lesionado Fejsa. O jogo começou da maneira que se esperava: o Benfica a pressionar alto e o Porto todo"borrado", a tentar defender a sua preciosa vantagem. A nossa pressão inicial resultou num falhanço do Salvio, logo aos quatro minutos, após cruzamento do Rodrigo. Foi o primeiro aviso para o golo que havia de surgir aos dezassete minutos: bom entrosamento a meio-campo, bola para o Gaítan, que cruzou para o lado oposto da área onde apareceu o Salvio, a fuzilar o Fabiano de cabeça e a abrir o marcador. O Estádio da Luz, que já estava em festa, explodiu. O Benfica sentiu o apoio, e a pressão não parou.

Contudo, aos vinte e sete minutos, sofremos um duro revés, porque o Siqueira, ao receber o segundo amarelo, com a estupidez que o caracteriza nalguns lances, deu-se ao luxo de ser expulso, o que dificultou a nossa tarefa. Oito minutos depois entrou o remendo André Almeida - um belo remendo, diga-se - para o lugar do sacrificado possível Óscar Cardozo. Até ao final da primeira parte, o Porco manteve a bola, mas sempre sem criar perigo. 


Na segunda parte, o paradigma não se alterou: o Enorme muito organizado e o corrupto a tentar encontrar espaços, sempre sem perigo. Foi, por isso, algo surpreendente ver o Porco empatar o jogo: o Varela pegou na bola, entrou pelo meio da área perante a passividade do André Almeida e atirou a contar. E aí, meus amigos, eu pequei. Pequei não por falta de querer, mas por falta de crença. Não acreditei, por breves instantes, que o Benfica, com menos um, daria a volta à eliminatória. Mas devia ter acreditado. O Maior, a partir daí, cresceu, o Estádio da Luz começou a empurrar cada vez mais a equipa. Até que, aos sessenta e cinco minutos, dez minutos após o empate, numa arrancada do Salvio, o Reyes fez não uma, mas duas faltas, e o Proença, inacreditavelmente, marcou um penalty a nosso favor. Com a Luz em suspenso, o Jesus exigiu que o Enzo, sr. Enzo, marcasse o penalty. Bola para um lado, guarda-redes para o outro, e o resto é história. O Inferno estava, de novo, em polvorosa. 

Benfica vs FC Porto (LUSA)

O Porto a partir daí, abanou cada vez mais, e o Benfica, mesmo estando potencialmente eliminado, nunca caíu na tentação de atacar loucamente. Aliás, num roubo de bola a meio-campo até podíamos ter marcado, não fosse o Rodrigo ter escorregado no momento da finta, até poderíamos ter marcado mais cedo. Mesmo assim, nunca a equipa deixou de acreditar que, num lance qualquer, acabaria por eliminar o Porco. E esse lance, esse lance mágico, surgiu a dez minutos do final: na esquerda do nosso ataque, o Lima (que entrou no lugar do Rodrigo), o Gaítan e o André Gomes ficaram a jogar à rabia ate que o mestre Nico passou para o André, que dominou de peito, passou por cima do Fernando com um pé, dominou depois de fintar e, com um pontapé, que chutou trinta anos de provações, trinta anos de injustiça, trinta anos de corrupção, trinta anos em que nos foi tirado o que era nosso, trinta anos de gozo e humilhação, de lágrimas, atirou a contar e a fechar o marcador e a eliminatória. A Luz explodiu, explodiu como poucas vezes a vi explodir, com a alegria de quem, finalmente, deixou aquela cicatriz da última temporada sarar. De quem já não tem medo de ser gloriosamente feliz. E, até ao fim, já nada interessou porque os últimos dezasseis minutos (dez mais seis de desconto) foram um festival de mau perder corrupto, que deu para o Jesus, o Luís Castro e o Quaresma serem expulsos. E, devo-vos dizer, nunca a Catedral ficou tão feliz ao ouvir um apito do desdentado. 

Benfica vs FC Porto (LUSA)

O maior destaque vai, de muito longe, para a equipa como um todo. Porque foram Enormes. Porque nunca se conformaram. Porque mostraram a sua raça, o seu querer e crer e a sua ambição. Porque foram buscar forças ao fundo dos seus seres. Porque mostraram, que mesmo com Proenças, frutas, cafés com leite, NINGUÉM PÁRA O BENFICA! Porque foram Gloriosos. Porque foram Benfica. Até ao fim. Individualmente, o destaque vai para o gigante jogo de André Gomes, não só pelo golo, mas também pela grande exibição, que lhe saíu claramente do fundo da alma, e para o brilhante Salvio, que está mesmo de volta. No entanto, nada seria possível sem a magia do Nico e do Enzo, a alma do André Almeida, a segurança do Garay, a coragem do Jardel, o pulmão e a raça do Maxi, e a crença do Lima e do Rodrigo. A todos eles, e também ao Estádio da Luz, um gigante obrigado, porque ontem demos uma das maiores estocadas neste regime corrupto, à beira de cair. Todos nós fomos o Glorioso.

Escreveu-se, assim, uma das páginas mais bonitas da nossa história, e volto a salientar a importância desta Enorme vitória na queda do Sistema. Ontem, viu-se Benfica à Benfica no Inferno da Luz. 

Benfica 3-1 Porco
Salvio
Enzo
André Gomes


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Pertíssimo

Não foi uma exibição perfeita, mas sim em crescendo, que levou o Benfica a uma vitória que, embora não o garanta matematicamente, era claramente a última paragem rumo ao título de campeão. Já cheira.


O início de jogo foi uma amostra clara do que seria a primeira parte: um jogo muito lento, que seria feito de bastante paciência, com o Benfica a controlar, mas sem criar perigo, e o Arouca fechado atrás do meio-campo, mesmo sem nunca abdicar do contra-ataque. Foi por isso uma primeira parte pobre em oportunidades. Porém, houve tempo para duas perigosas jogadas: uma do Benfica, em que o Lima, sozinho, rematou contra o Cássio, e uma do Arouca, em que o Bruno Amaro "chapelou" o Oblak e o (Super) Maxi, o capitão de ontem devido à ausência do Luisão, cortou mesmo no limite da baliza. Nos últimos segundos dos descontos, e quando nada o fazia prever, os deuses do futebol resolveram recompensar o pesadelo provocado na época passada com o Estoril, e o Benfica abriu o marcador: o Lima ganhou na linha final, cruzou, o Cássio não se saiu bem, o Arouca não aliviou a bola, e Rodrigo apareceu para desviar para golo.


A segunda parte foi o tal crescendo. Com o golo marcado muito tarde, o Arouca teve de jogar mais aberto, e o Benfica, empurrado pelos 30.000 espectadores que fizeram do Estádio de Aveiro uma pequena Luz, chegaria ao golo bem cedo, logo aos dez minutos: o Markovic pegou na bola, arrancou, largou-a dentro de área para o Gaitan que fez o que só ele pensaria fazer: com muita classe, picou a bola perante a saída do guarda-redes. A partir daqui, o Benfica passou a controlar mais, mas sem nunca perder o rumo da baliza, sem nunca perder a chama que os adeptos iam transmitindo para dentro de campo. Pelo meio, pouco depois da hora de jogo, o Oblak, num choque com um avançado, perdeu os sentidos, mesmo que apenas por uns momentos, e teve mesmo de sair, devido ao traumatismo craniano. O ritmo quebrou e as equipas ficaram um pouco mais trapalhonas. Mesmo assim, a cinco minutos do fim, o Lima disparou potente, e só não deu golo devido a mais uma grande defesa do Cássio. Até ao fim foi só controlar, com o estádio em clima de festa total.


O melhor em campo foi, obviamente, o mestre Nico. Só mesmo ele para desequilibrar quando todos estavam fechados e cautelosos. Só ele para, num momento em que se pedia a tranquilidade, picar a bola por cima do guarda-redes, com aquela magia do rapaz que, antes de ser jogador, é um menino de Buenos Aires. Também destaco o Rodrigo, que está numa grande forma e voltou a marcar. Faço uma vénia gigante ao décimo segundo jogador, que empurrou sempre o Benfica para a frente, que pela primeira vez mostrou-me que os benfiquistas podiam pôr "tudo a saltar". 

Faltam dois miseráveis pontos, ou seja, uma simples vitória. O título é já aqui. Já o cheiramos, já o vemos, já o tocamos. Ms, primeiro, é fundamental ganhar à escumalha corrupta, para depois nos concentrarmos no campeonato e, só depois, darmos à escumalha corrupta do Piemonte o tratamento que merecem. Domingo, todos à Luz, convidem até os fantasmas da época passada. Está na hora do Maior ressuscitar.

Arouca 0-2 Benfica
Rodrigo
Gaitan


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Brilhante

Simplesmente brilhante. À Benfica.

4-0 ao Real Madrid. Sim, leu bem caro leitor: Quatro-zero-ao-Real-Madrid. Tarefa que muitos apregoaram hercúlea, à qual chegaram a apelidar de impossível. Contudo, houve algo que aqueles rapazes, que espero que sejam o futuro do Benfica, nunca se esqueceram: que o símbolo que envergavam era demasiado grande para se conformar com prognósticos. Nunca se esqueceram que o seu nome era Benfica e o seu destino o de vencer. Uma mistura de talento, é certo, mas também daquela agressividade, daquele "sem medo" à Benfica.

Que os seniores não se esqueçam, contra a Juventus, deste maravilhoso exemplo dado pelos nossos jovens.

Parabéns rapazes. Agora, tragam o caneco.

Tranquilo

Foi com uma exibição bastante tranquila e bastante controlada que o Benfica se voltou a apurar para as meias-finais da prova. Com esta vitória, bateu também uma série de recordes e pode ser mesmo chamado de Senhor Liga Europa.

O AZ começou o jogo de maneira algo esquisita: em vez de correr atrás do resultado, defendeu sempre com muitos homens e a fazer muitas faltas. O Benfica, apesar da vantagem, nunca se limitou apenas à gestão. O Cardozo ameaçou três vezes, duas em que possibilitou uma grande defesa ao guarda-redes adversário, e ainda uma outra em que atirou para fora. O Golo, contudo, só surgiria já à entrada dos últimos cinco minutos: o velho Salvio, aquele pré-lesão, parece ter voltado, arrancou desde o meio-campo, deixou quatro homens para trás, cruzou, e o Rodrigo, ao segundo poste, limitou-se a encostar. O resultado pecava, ainda assim, por escasso.

Benfica vs AZ (LUSA)

Para a segunda parte, os holandeses mostraram-se um pouco mais ofensivos, mesmo sem criar perigo por aí além, tendo mesmo obrigado o Artur a realizar uma boa defesa. Com a entrada do Enzo, a vinte e cinco minutos do final, as coisas voltaram a mudar, já que o Benfica voltou ao ataque, e cinco minutos depois, o Benfica fecharia o resultado: o Salvio recuperou a bola, que subiu bastante, o mesmo Salvio dominou-a incrivelmente bem, cruzou para a área e, ao segundo poste apareceu, pela segunda vez o Rodrigo, a encostar. Vislumbrou-se ainda o terceiro, mas o Salvio e o Cardozo falharam mais duas oportunidades açucaradas. Destaque final para o bonito apoio do estádio ao nosso Tacuara, para lhe provarmos que estamos com ele e que, acima de tudo, sabemos ser gratos.

 Benfica vs AZ (LUSA)

Destaque maior para o Toto Salvio que está cada vez melhor e que, com duas assistências, prova aos bruxos que voltará a ser o nosso velho e bom Salvio. Nota óbvia também para o Rodrigo, que está em grande forma e comprovou-o com mais dois golos.

Para mal de muitos, e incluindo o meu, calhou-nos a fava: a Juventus. E a segunda mão será lá. Mas depois de ver a brilhante vitória dos juniores sobre o Real Madrid, lembrei-me que, apesar das dificuldades que se apresentem, o nosso nome ainda é Benfica, e o nosso destino é o de vencer. Alguém que avise, por favor, os italianos que estão lixados: este é o nosso ano.

Benfica 2-0 AZ Alkmaar
Rodrigo (2)

terça-feira, 8 de abril de 2014

Belo

Antes do jogo, cheguei a pensar que este Rio Ave não nos iria fazer a vida fácil. Enganei-me. O Benfica desde início mostrou-se pressionante e, impulsionado pelos quase 50.000 adeptos que foram à Luz, assinou uma exibição com bastante classe, que levou a uma vitória volumosa.

O jogo não mudou muito dentro da primeira parte: só teve um sentido, que foi a baliza adversária. Comandados pelo genial Nico Gaítan, os jogadores ocuparam o meio-campo adversário, lançando diversas investidas. Não foi por isso surpreendente que o Benfica tenha chegado ao golo dezassete minutos volvidos: o Enzo lançou o Sílvio, que à entrada da área amorteceu para o Nicos, que tratou de receber, sentar um defesa e passar para o Rodrigo, que concluiu da melhor forma esta belíssima jogada. O Maior não desarmou e à passagem do minuto vinte e oito, chegou ao segundo golo, após um remate do Rodrigo que o Gaítan, de trivela, na recarga, tratou de finalizar. O resultado ao intervalo pecava apenas pela escassez.


A segunda parte começou algo mais tranquila, e o Rio Ave, a espaços, ia conseguindo ter bola, mesmo sem causar qualquer perigo. No entanto, os jogadores devem ter começado a ficar tão aborrecidos como os adeptos, porque a pouco e pouco foram abrindo o livro. Assim, ao minuto setenta e sete, após uma jogada espectacular, com trinta e três passes (um número engraçado, diga-se), o Maxi Pereira ganhou um penalty, que o recém-entrado Cardozo aproveitou da melhor maneira para regressar aos golos. E que alegria que deu ao povo ver o seu amado Tacuara a festejar. E que alegria que a equipa sentiu, pois continuou a jogar com uma sede de golos incrível, como um gigante que está preso há demasiado tempo. Não foi por isso de espantar que o quarto tenha chegado, nos descontos, o Enzo sofreu uma falta dentro de área e, mais uma vez, o Cardozo voltou a celebrar. Acabou assim o jogo, em clima de festa, com cânticos de "Deixem passar o maior de Portugal...".



Não houve ninguém que se destacasse pela negativa, já que todo o colectivo foi enorme. Contudo, é preciso realçar o mestre Nico Gaítan, porque encarna o futebol mais puro, aquele futebol de rua, não se desinibindo de deixar sempre a sua magia bem patente. Após quatro anos, tornou-se também solidário com o resto da equipa. Nota também para o Enzo, porque é um verdadeiro jogador à Benfica, e para o André Almeida, tantas vezes menosprezado, mas que émula excelente suplente e jogador de equipa.

Faltam cinco pontos. Vamos jogar a Aveiro com o Arouca, com toda o estádio a puxar por nós. E começam já a reservar lugar para a festa final, com o Olhanense, que o título espera pelo Glorioso.

Benfica 4-0 Rio Ave
Rodrigo
Gaítan
Cardozo (2)

P.S - E o Benfica é o maior de Portugal, é o maior de Portugal, é o maior de Portugal! Deixem passar o maior de Portugal, o maior de Portugal, o maior de Portugal!

segunda-feira, 31 de março de 2014

Reservado

Posso estar a ser repetitivo, tal como os jornais durante a semana, mas esta vitória foi, realmente, o último grande passo rumo ao tão desejado título de campeão nacional. E não, não me venham falar de épocas passadas - o Marquês está oficialmente reservado.

Houve, no entanto, um jogo antes da reserva. E não foi fácil. O Braga desde cedo se mostrou uma equipa persistente e perigosa no contra-ataque. O Benfica, apesar disso, deu um ar de sua graça cedo, quando a passe do Enzo, ultrapassou o guarda-redes, mas já sem ângulo atirou à malha. Aos doze minutos, o Benfica iria abrir as hostilidades no encontro: grande trabalho do Rodrigo pela esquerda, que cruzou para o Lima, que encostou para o golo. A partir daí, limitámo-nos a gerir o resultado e a evitar que o Braga criasse perigo. Verdade seja dita, fomos eficazes.



Na segunda parte, o jogo morreu. O Benfica limitou-se à gestão e o Braga só poema vez teve uma oportunidade digna desse nome. Contudo, esta maneira de jogar é perigosa, porque nos arriscamos sempre a sofrer um golo num lance fortuito. Até ao fim, ainda beneficiámos de um penalty, mas o Rodrigo acabou por falhá-lo.



O melhor em campo foi o colectivo, já que nenhum jogador se mostrou brilhante. No entanto, destaco o Lima pelo golo e o Rodrigo, pelo grande momento de forma que exibe.

Faltam três vitorias. Três. Está quase... Quase...

Braga 0-1 Benfica
Lima

terça-feira, 25 de março de 2014

Controladíssimo

Foi com um jogo controlado, com diversas jogadas de elevado nível estético e com três bolas no ferro, que o Benfica deu mais um passo importante e seguro rumo ao título.

O início de jogo mostrou ao que vinha a Académica: defender com bloco baixo e tentar apostar no contra-ataque. No entanto, essa estratégia caiu por terra quando, aos onze minutos, o Benfica marcou o primeiro do jogo: toque de peito de Lima para Rodrigo, que entrou na área e atirou ao poste, aparecendo o memo Lima, na recarga, a acabar bem a jogada. O Benfica nunca tirou o pé do acelerador e, à meia hora, numa belíssima jogada, em que a bola passou por oito jogadores, em mais de trinta toques, que culminou num belo cruzamento do Markovic para o Lima, que finalizou da melhor maneira. Ainda na primeira parte, podíamos ter marcado o terceiro, mas o guarda-redes adversário impediu o Siqueira da finalizar.

Na segunda parte, o Benfica também não perdoou. Após quinze minutos de jogo, o terceiro acabou por aparecer: recuperação a meio-campo, tabela entre Rodrigo e Enzo, com este últimos fazer uma troca de pés e a fechar o encontro. Pouco depois, o Rodrigo atirou pela segunda vez. Com o aproximar do fim, os jogadores foram desligando, e a Académica teve até um livre perigoso. Mas o Glorioso teve bastante perto do quarto, quando o Salvio atirou ao poste.

A equipa foi bastante regular em todo o jogo. Contudo, é preciso destacar o Lima, pelos dois golos, e o Rodrigo que, meu Deus, vive uma grande forma e não surpreende que saia no final do ano.

Falta, poucos jogos, seis, e apenas onze pontos necessários para conquistar. Quarta temos um encontro difícil para a Taça, com os corruptos, mas necessário mesmo évencer o Braga, no domingo, e assim matar o campeonato.

Benfica 3-0 Académica
Lima (2)
Enzo Perez


sábado, 22 de março de 2014

Desnecessário

Apesar de já ter a eliminatória perfeitamente controlada, o Benfica dos últimos anos deu um ar de sua graça e ia conseguindo em quinze minutos destruir uma eliminatória completamente dominada.

A primeira parte acabou por ser o espelho do jogo: um jogo de gestão de parte a parte, com muito poucas oportunidades de golo, mesmo que os ingleses tenham sido um pouco mais esclarecidos do que no primeiro jogo. Parecia, assim, que se alguém marcasse ou seria por sorte ou por arte. E foi mesmo isso que aconteceu. Aos trinta e quatro minutos, o Salvio fez uma daquelas fintas à Salvio, a dar um prenuncio do seu regresso ao mais alto nível e apareceu, a fuzilar de cabeça, pelo segundo jogo, Garay. Até ao intervalo, o jogo voltou ao seu habitual.


A segunda parte foi ainda mais calma. Parecia até que mais valia adormecer. No entanto, quando nada o fazia prever, a catorze minutos do final, sofremos dois golos de rajada. E claro, quando se desliga a ficha, é mais difícil voltar a ligá-la. E nós não mais a ligámos. O Tottenham cresceu, acreditou e atirou-se de cabeça para o jogo. Pouco depois do golo, obrigou Luisão a fazer um corte in extremis a negar-lhes o golo. E, nos descontos, ia acontecendo o pior. Lance mal defendido, bola para a área e remate letal de cabeça. Neste entretanto, como que um dejá vu, vi o remate do Kelvin, a cabeçada de Ivanovic, tudo o que nos tirou a glória da época passada. Mas esqueci-me dum pormenor. Este ano, ganhámos um guarda-redes. E esse guardião, de seu nome Oblak, respondeu à altura e voou para a bola, fazendo a defesa da noite. No seguimento do contra-ataque, o Lima ganhou um penalty, que tratou de converter com tranquilidade.


O melhor em campo foi, para mim, o Salvio. Que alegria ver que está de volta, com quase todos os seus atributos! Também de destacar o Garay, que para além do golo, fez uma boa exibição defensiva. Espero, também, que os jogadores tenham relembrado o que já aprendemos com a época passada: os jogos só acabam aos noventa minutos mais descontos.

No sorteio dos quartos, realizado ontem, calhou-nos em sorte o AZ Alkmaar, que era, sinceramente, o mais fraco que podíamos apanhar na próxima jornada. Contudo, espero que os jogadores já estejam concentrados no jogo de amanhã com a Académica. É que, por mais incrível que pareça, e apesar das más memórias passadas, já tenho um RESERVADO gravado na minha cabeça.

Benfica 2-2 Tottenham
Garay
Lima